Esta declaração deste movimento cívico, expressa através de uma nota de imprensa enviada a esta redação, vem na sequência do comunicado da CV Interilhas, emitido na semana passada a dar conta que a embarcação é a melhor solução existente em no país para a rota São Vicente Santo Antão.
“Um acidente com essa rampa nesse canal com mau tempo o navio vai ao fundo em minutos como aconteceu com o Ferry Estónia em que morreram 852 pessoas. As autoridades com responsabilidade política, o Primeiro – Ministro, os Deputados e os Presidentes das Câmaras Municipais estão dispostos a sujeitar os passageiros a esse risco que até vai contra a própria política da Proteção Civil do Governo que tem por objetivo prevenir os riscos de acidentes graves?”, avança o MDSV, na nota assinada por Maurino Delgado e Lídio Silva.
Para sustentar este alerta, no documento o MDSV cita o já aposentado comandante a Marinha Mercante, João Cícero Martins.
“O navio não reúne condições para atravessar o canal em segurança. O canal São Vicente/Porto Novo, quando o Nordeste sopra forte a ondulação é alta e isso é muito perigoso para um navio com uma rampa à proa. A proa de qualquer navio é a zona de maior desgaste devido aos batimentos com violência nas vagas”.
Diz ainda, que cada vez, há mais hipóteses de mau tempo em Cabo Verde, por causa dos furacões que estão a formar-se mais próximo do arquipélago. Segundo MDSV, também, o Comandante da Marinha Mercante, João de Deus Oliveira Cruz, é da mesma opinião sobre a rampa e todos os outros comandantes com quem mantiveram diálogo vão no mesmo sentido.
O MDSV questiona a confiança no Instituto Marítimo e Portuário, tendo em conta todo o “historial de negligência que levou ao trágico naufrágio do Navio Vicente em 8 de janeiro de 2015 e demais a mais, quando se sabe que os partidos políticos quando ganham as eleições substituem os dirigentes, não na base da competência, mas sim, da confiança”.