em Cabo Verde O presidente da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP), Carlos Reis, defende que o facto de ainda existirem pessoas em Cabo Verde a viver em barracas nas periféricas da cidade da Praia, São Vicente e na Boa Vista, são aspectos “preocupantes e inquietantes”, que nunca pensou presenciar 45 anos depois da independência.
Citado pela Inforpress, Carlos Reis, a propósito do 5 de Julho, que hoje se comemora, lembrou que a luta de libertação do país é um “marco fundamental” para a história da nação cabo-verdiana, da proclamação da República de Cabo Verde e que está escrito no coração e na vida institucional.
“Foi um dia de muita emoção e continuo a acreditar que a grande maioria da nação cabo-verdiana quis, apesar de um tempo atrás havia um certo receio e medo em relação a possibilidade de podermos ser independente, e, por um lado, o debate acerca da sustentabilidade do novo país independente foi um debate que podia ter acontecido melhor, mas que, de facto, fazia parte das preocupações e que acabou por condicionar as posições de muitos”, destacou.
A propósito dos desafios do presente, Carlos Reis diz que é preciso respeitar a liberdade individual, a liberdade de cada geração de poder contribuir, encontrar respostas para os novos desafios que o país vai enfrentando, mas também é necessário que continuem a criar condições para que a liberdade possa associar-se à responsabilidade, à cidadania, e passar do discurso a assumpção no dia-a-dia.
“Não há democracia efectiva sem o controle do cidadão. Só a componente representativa da democracia não é suficiente para alimentar através de gerações, e podermos estar em condições de aproveitar as oportunidades das novas tecnologias para consolidar a democracia, envolvendo os cidadãos na preparação das decisões”, mencionou.
Entre outros aspectos, Carlos Reis disse que não está “satisfeito” com o que está a acontecer no sector da saúde, tendo realçado que é preciso pensar numa óptica preventiva, como se está a fazer com a epidemia da covid-19, mas também em relação à possibilidade de qualquer outra epidemia, mas com a inclusão de aqueles que não podem pagar as despesas.
“Nós estamos ainda longe de estar bem, e em muitos aspectos depende de nós próprios. Vamos fazer também essa introspecção necessária para ajudarmos e cumprir o nosso dever de cidadão”, invocou, frisando que é preciso continuar a luta onde as novas gerações têm a responsabilidade de criar o ambiente de envolvimento e de participação.
C/Inforpress