Durante a sessão solene alusiva ao dia 5 de Julho, Dia da Independência de Cabo Verde, na Assembleia Nacional, marcada pelos habituais discursos da praxe, o presidente da UCID, António Monteiro, reforçou o apelo que vem fazendo em prol dos combatentes a liberdade, e disse que “um Estado que se preza nunca abandona os seus guerreiros”.
“Cumprir Cabo Verde significa reconhecer os valorosos “jovens” que, em 1975, abandonaram tudo e se entregaram de corpo e alma na defesa de um ideal, serviram o país independentemente do regime”, alertou.
Hoje 45 anos depois, acrescenta António Monteiro, alguns destes jovens encontram-se a viver em “situações deploráveis”, ao ponto de estarem a “mendigar para sobreviver”.
Neste sentido, o partido “exige” que a Nação faça justiça a estes cidadãos.
Por outro lado, e no contexto da pandemia da Covid-19, António Monteiro defende que “cumprir Cabo Verde também significa reconhecer os feitos de todos os profissionais de saúde” nesta luta, assim como criar todas as condições de saúde, no sentido de dar melhores cuidados à população.
A UCID reivindica ainda melhores condições de trabalho, “até hoje não resolvidas, apesar dos vários anúncios dos governantes”, para classes como os bombeiros, a segurança privada, trabalhadores da função pública em regime de contrato de trabalho, entre outros.
PAICV
Por seu turno, o líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, defendeu que “hoje a ambição deve ser muito mais elevada” para tirar as pessoas das situações de dificuldades. “A crise que enfrentamos deve servir para analisar bem o percurso, os erros e falhas cometidas, mas também as correções que devem ser introduzidas”, alegou.
Para Rui Semedo, uma outra lição a tirar é que “devemos aproveitar os desperdícios e rentabilizar os nossos recursos estratégicos, como a localização, o mar, o ambiente, entre outros”.
“Temos que poder fazer um debate sério e decidir se a melhor forma de rentabilizar os nossos recursos é aliená-los ou se é por outras vias”, afirma.
MpD
Já para a líder parlamentar do MpD, Joana Rosa, neste momento difícil de incertezas, ameaças e desafios a nível global, faz todo o sentido celebrar a Independência Nacional.
“A sua comemoração corporiza a nossa ambição, a dignidade do nosso Estado, o respeito pela nossa história, demonstrando as novas gerações o que herdamos do passado e o que os queremos deixar para o futuro”, considerou.
Perante um desafio comum, acrescenta Joana Rosa, o Governo chamou a si, em “tempo recorde”, a elaboração e a execução de políticas públicas, em vários domínios, para salvar vidas, proteger os idosos e acudir os mais pobres.
“Longe ainda de chegar ao fim, o combate contra a Covid-19 levou o Governo a reagir e a elaborar uma proposta do orçamento retificativo num montante de 75 milhões de escudos, enquanto instrumento que nos permita, em conjunto, sobrevoar esta crise, proposta está submetida ao Parlamento e que será discutida e aprovada na próxima sessão plenária”, pontuou.
Para Joana Rosa, mesmo em tempos de pandemia, a democracia cabo-verdiana passou por um grande teste quando a Assembleia Nacional autorizou Sua Excelência, o Presidente da República, no quadro das suas competências constitucionais, a decretar o estado de emergência, que limitou temporariamente alguns direitos, garantias e liberdades dos cidadãos.
Foto@Presidência da República