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Santiago

Calheta de São Miguel: Falta de água assola comunidades de Bacio e Achada Espinho Branco

A falta de água assola a comunidade de Bacio e Achada Espinho Branco. As populações das duas localidades vivem momentos difíceis devido à falta de água.

No Bacio há mais de 10 meses que não vêm o precioso líquido nas torneiras, e em Achada de Espinho Branco há quase três meses que a quantidade disponibilizada no chafariz é insuficiente para suprir as necessidades.

Para ter acesso à água potável, a população de Bacio faz cerca de três horas de caminho,
contabilizando ida e volta para o Matxado, onde existe uma nascente.

Do contrário é preciso comprar uma tonelada por 1000 escudos, o que nem sempre é suficiente para as necessidades domésticas e alimentar os animais.

Uma das moradoras da localidade afirma já ter entrado em contacto com a ADS, e a Câmara Municipal, mas que, até o momento, nada foi feito para resolver a situação.

Uma outra moradora recorda que em 2017, fez-se um trabalho, onde colocaram tubos e lhes garantiram o abastecimento de água 24 horas por dia. Inicialmente tiveram água, mas estava suja, cheia de insetos, imprópria para o consumo humano.

“Depois deste episodio só vi água em minha casa mais duas vezes” relembra a mesma.

Os moradores, que vivem da criação de gado, dizem não ter condições de estarem sempre a comprar água nos carros e apelam que se não for possível resolver o problema da ligação domiciliar,que ao menos construam um chafariz e lhes vendam água, pois acabará por ser mais económico para eles.

O mesmo destino para Achada Espinho Branco

A localidade de Achada de Espinho Branco enfrenta um problema semelhante há cerca
de três meses. É que segundo os moradores a água disponibilizado no chafariz para venda,
não é suficiente para suprir as suas necessidades. A localidade não possui água canalizada.

Segundo a vendedeira de água, Suse Lopes, o problema que se coloca é que “a quantidade de água que chega ao chafariz é insuficiente. Por dia as pessoas não conseguem apanhar mais de dois baldes/boiões de água. Aqueles que querem obter mais do que isso tentam furar a fila, o que gera confusão”.

A mesma afirma que sempre que leva o dinheiro da água à agência da Calheta lhes
alerta sobre o problema, mas que até agora ninguém resolveu nada.

Essa fonte recorda que antes do problema, as pessoas da comunidade dos Rabelados iam ali comprar água, mas que com a situação atual deixaram de ir porque não conseguiam acesso à água.

“A água nunca secou, sempre temos água no chafariz, o problema é que a quantidade é
insuficiente, desde que o tubo rompeu. O chafariz tem três torneiras, mas na maior parte
do tempo só temos água em duas. Se houvesse água suficiente na rede, as pessoas
teriam acesso a mais água uma vez que as três torneiras estariam funcionando” desabafa
Suse Lopes.

Juvenal Pereira partilha da mesma opinião. O abastecimento atual não é suficiente para a
comunidade. E afirma que “um ou dois baldes de água não é suficiente, de forma que esta questão deveria ser uma preocupação da própria Câmara Municipal, que tinha de tentar resolver este problema em prol da população de Achada Espinho branco”.

Assim como a população de Bacio, algumas pessoas têm de comprar água vindo do
Matxado, só que por 1300 escudos/tonelada. E como Juvenal Pereira salienta “nem
todos têm condições para comprar aquela água, especialmente se levarmos em conta a
situação de crise que se vive”.

Contactado pelo A NAÇÃO, o Chefe da agência ADS na Calheta, Hénio Fontes, não quis gravar entrevista.

Contudo afirmou que teve conhecimento da situação da Comunidade de Achada do Espinho Branco, na quarta-feira, 1 de julho. Segundo o mesmo o problema na rede de água se deve a um problema na desanilizadora, mas que já tem técnicos fazendo a manutenção. “Em breve terão água normalmente”, disse.

Quanto à situação das pessoas da Comunidade de Bacio, que não veem água na rede há
mais de 10 meses, declarou não ter conhecimento do assunto.

Anícia Veiga

*Estagiária

 

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