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Covid-19

Descumprimento em maré de COVID-19. A dolorosa factura do desregrado desconfinamento

 

 

Por: Alex Semedo

1- Esconjurar o relaxe…

Muito se tem falado, por estes dias – dentro e fora de portas -, dos “danos”, usos e abusos do desconfinamento.

Do desregrado.

Não são bem “danos”, mas sim, desleixo e sede de ir ao pote.

De uma só vez.

Mas como a culpa nunca fica no chão, nem morre solteira, atribuem-se os tais “danos” ao pós-confinamento.

À pretensa necessidade de desestressar-se e…de dar asas à imaginação.

Por culpa dos dias passados no confinamento.

Só que isso sempre traz malefícios.

E exemplos não faltam.

Em 22 dias – 1 a 23 de Junho! -, Cabo Verde mais que dobra o número de infectados.

Relaxe, descuido, irresponsabilidade, incoerência, incongruência, desrespeito às autoridades, ameaça à saúde do próximo – e, por arrastamento, à Saúde Pública! -, e outros que tais, agravados a maus exemplos e/ou a posturas e comportamentos dúbios e contraditórios vindos de cima – muitas vezes! -, têm levado, infelizmente, a recuos e a medidas – quase! – dolorosas e drásticas em alguns rincões desta nossa Aldeia Global.

Também está em pauta em Cabo Verde.

E não são só de jovens, a que, muitas vezes, atribui-se-lhes comportamentos de risco.

De irreverência.

Desviantes.

Vários são os ecos de festas ilegais e despropositadas – de dia e de noite! -, idas a praias, jogos de cartas/biscas, ouril, damas e…até “seca peli”, em algumas modalidades colectivas…

Para não se ecoar do flagrante incumprimento dos protocolos e directivas dadas pelas autoridades sanitárias.

A começar pelo não-uso – ou uso defeituoso! – de máscaras.

Tudo à luz do Astro-Rei, mas…também à noite, altura em que vários filhos-de-cristão  entendem ser “o momento sagrado” de recolha, de descompressão,  de relaxe e de recarregar de baterias para a jornada do novo raiar.

Que – a bem da verdade! -, de muitos, começa bem cedo.

Como o desconfinamento desrima com afronta e invasão à liberdade do semelhante, irresponsabilidade e pândegas mil, é curial, salutar, aconselhável e oportuna a adopção de comportamentos condizentes com a sã-convivência e vida em sociedade.

Aliás, está-se na hora de não se esconder a faca ao “bodeco”.

Que é o mesmo que dizer: ou adoptamos e cultivamos a prevenção e a antecipação na luta contra COVID-19, ou…haverá graves derrapagens.

Para não se dizer outra coisa.

E não é radicalismo, não.

Nem profecia da desgraça.

 

2- Anestesia?

Para tranquilizar todo o filho-de-cristão, o director Nacional da Saúde – DNS – garante que os 54 novos casos de infecção pelo novo Coronavírus, divulgados na segunda-feira, 22, referem-se a amostras acumuladas.

E não – somente! – o registo daquelas últimas 24 horas.

Ou seja: desengane-se quem “pensou” ou entendeu que foi de um só dia.

Artur Correia, que falava com os jornalista no já tradicional Encontro Diário das 17, avisa à navegação, entretanto, que não se deve ficar surpresa com novos casos que se vão divulgando, proximamente, pois, na mais das vezes, só se conhece a ponta do aicebergue.

Nisso estamos de acordo.

Nada de anestesia…

Até porque – nós que somos leigos em matéria de saúde! -, defendemos, também, que já se está na hora de se chamar o boi pelos nomes.

Sustendo-o pelos cornos.

“Os casos avançados não apareceram de ontem para hoje. São casos que entraram há alguns dias e, só agora, estamos a ter os resultados”, realça. Correia atribui, também, o mérito da “descoberta” à ampliação de testes feitos.

Tanto os rápidos, como os PCR (“Polymerase Chain Reaction”, em inglês, que, em português dá: “Reação em Cadeia da Polimerase”).

Que, nas últimas duas semanas, romperam a barreira dos mil e 800.

O desconfinamento, registado com o final do Estado de Emergência, no final de Maio, infelizmente, alimentou comportamentos que contribuíram, também, para a adição de casos de COVID-19.

Provas?

A 1 de Junho, o País contava 458 infectados, cumulativamente, contra os 986 desta terça-feira.

Mas o mais preocupante mesmo, é que só neste dia 23,  notifica-se 40 novos casos positivos.

Portanto, contas bem feitas, mais que se dobra.

Tão-somente, em 22 dias.

“Estamos, agora,numa curva descendente. Espero que voltemos a ter poucos casos nos próximos dias”, trtanquilizava Correia, na tarde de segunda-feira, reiterando o empenho das autoridades em trabalharem – como sempre! -, para a brecagem do pico de transmissão.

Que seja o mais cedo possível.

Sem qualquer anestesia…

 

3- Testes sempre!

Despistagem sempre.

Em todas as circunstâncias.

E que sejam massificados os testes.

Como medida preventiva para a detecção precoce, combate e redução de contágios pelo novo Coronavírus.

A tese é do PAICV – o maior Partido da Oposição – e foi reiterada, segunda-feira, 22, na Praia, pela sua líder, Janira Hopffer Almada, após ser recebida pelo Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, numa audiência preparatória do Orçamento Rectificativo, forçado pelas sequelas do novo Coronavírus.

Contrapondo à anunciada decisão de Correia e Silva de que o Executivo do Palácio da Várzea dispensará quarentena e testes de COVID-19, com a retoma dos vôos – internos e externos -, Hopffer Almada sustenta que, sem testes, periga-se a capacidade de detecção e diminui-se a perícia para a luta e combate.

“Nestas questões, os sacrifícios devem ser justificados com uma postura condizente, ao longo do tempo. O Governo tem dito que o vírus não se foi embora, o Estado de Emergência terminou, mas o vírus não se foi embora. Se não se foi embora, é preciso que algumas medidas de controlo continuem, para que, efectivamente, a propagação não fuja do controlo”, argumenta a líder dos “Tambarinas”.

Como nem se sabe – em nenhuma parte do Mundo! -, quando é que COVID-19 deixa o nosso convívio, a saída mesmo – por conselho Presidencial! – é “dar o benefício da dúvida”,

Tomara que não seja tenebroso.

E que haja reciprocidade.

4- Atitude responsável…

É uma exigência mínima.

De todos e de cada um de nós.

Onde quer que se esteja.

A bem deste nosso Cabo Verde…que todos queremos “txhéu”.

Mesmo sem ouro, petóleo e/ou diamante.

Onde quer que estejamos.

E se assim é, e como, felizmente, a Natureza nos brinda com tesouros e maravilhas icónicas,  que só se encontram nestes “dez gãozinhos di terra”, o ministro do Turismo e Transportes conclama aos salenses – mas o chapéu, aliás, recado, é para todos! – a terem “uma atitude responsável”, perante o novo Coronavírus.

Carlos  Santos esmiúça mesmo – para quem quer ouvir os conselhos! -, que a subida de casos de contágio só serve para afastar os turistas da “Ilha do Aeroporto”.

“E afastando os turistas, estamos a afastar a actividade económica de recomeçar. Então, temos que pensar que se não tivermos essa atitude responsável, estamos a fazer com que não haja um re-arranque do Turismo no Sal e nas outras ilhas”, avisa Santos, que foi despachado, semana passada, pelo Palácio da Varzea, “com plenos poderes”, para representar o Governo na Ilha do Sal, no reforço à “guerra” contra COVID-19, à semelhança, aliás do que tinha acontecido, em tempos, com o seu colega de Administração Interna, Paulo Rocha, para Boa Vista.

Santos remarca, a modos de lembrete, que o cultivo da “atitude responsável” não é um trabalho só do Governo, Forças Armadas ou do Ministério da Saúde, mas “é um trabalho da população do Sal”.

Cá está uma boa e clara mensagem.

Tomara que não caia em saco roto.

Para o bem de todos.

 

5- OMS com aliado de peso…

Organização Mundial da Saúde (OMS) tem, agora, um aliado de peso na luta contra a COVID-19.

Mesmo sendo o maior dos desastrados, a OMS quis que Mr. Bean fizesse parte da sua nova Campanha de Prevenção.

A personagem criada pelo comediante britânico, Rowan Atkinson, surge em versão de desenho animado, com voz do próprio Atkinson, no “spot”que relembra os principais pontos na prevenção da doença, para provar que até um desastre ambulante, como o Mr. Bean, é capaz de se lembrar deles: lavar frequentemente as mãos; não tocar na cara; manter a distância; ajudar os outros; e vigiar os sintomas.

Gestos que a OMS quer ver praticados por todos, de forma a evitar o aparecimento de uma Segunda Vaga do novo Coronavírus.

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