Mais de 100 artesãos deram entrada para o pedido de carteira profissional.
O processo de Reconhecimento Profissional do Artesão no Mindelo é im projecto desenvolvido para regularizar e profissionalizar o sector e decorreu durante três semanas.
O gestor do Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD), Irlando Ferreira, avalia de forma positiva o processo de profissionalização do artesão e mostra-se satisfeito com a adesão.
“Os artesãos responderam ao nosso chamado e eles vieram fazer os seus processos. Tivemos a
adesão de cento e pouco artesãos, pelo que eu faço um balanço excelente”, avança, acrescentando que esses mostram-se orgulhosos com esta possibilidade real de reconhecimento profissional.
Foram três semanas de esclarecimentos dos critérios de inscrição, seguido da recolha dos processos para dar início aos pedidos de profissionalização, que será concluído em 90 dias.
“Os processos são entregues e analisados pela nossa equipa e cada artesão será reconhecido dentro do seu nível, de acordo com experiência de trabalho e percurso feito”, esclarece Ferreira.
Para profissionalização, o artesão precisa estar inscrito no Ministério das Finanças e no INPS.
Com o reconhecimento profissional, passam a ser portadores de uma carta, cartão de artesão e os seus produtos terão certificado de origem e autenticidade. Tudo isso constará de um sistema integrado de artesanato na plataforma digital que gere todo o sector a nível nacional.
Artesãos aplaudem iniciativa
“Eu estou há 30 anos no sector e nunca encontrei apoio, fiquei totalmente desprotegido durante essa pandemia pelo qual hoje sabendo que posso vir a sair de trabalhador informal para formal é óptimo”, diz Manuel Dias, artesão que faz cestos, balaios e “de tudo um pouco”.
Quem também tem a mesma opinião é a costureira e criativa Ana Silveira, que nesses tempos de covid-19 tem feito máscaras.
“É muito importante que o nosso sector seja profissionalizado e que possamos estar protegidos quando os tempos de crise batem à nossa porta. Nesse momento estou a vender máscaras, queijos e doces para tirar o meu sustento”, avança a artesã.
Depois de São Vicente, será a vez dos artesãos de Santo Anto, São Nicolau e as outras ilhas do norte beneficiarem deste projecto de reconhecimento profissional.
Criselene Brito *Estagiária
Fotos: Bob Lima