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Combate ao racismo leva manifestantes a derrubar estátuas pró-esclavagistas em vários países

A onda mundial de protestos antirracistas iniciada com os pedidos de justiça por George Floyd, o americano assassinado por um policial branco, levantou um debate paralelo sobre a presença de monumentos em homenagem a figuras históricas ligadas à escravatura e políticas raciais discriminatórias em vários países.

Durante a época das grandes navegações e descobertas, a Europa cresceu com a escravidão de africanos, assim como países de outros continentes, como os Estados Unidos da América, através da força de trabalho de negros e indígenas.

Os responsáveis por esse crescimento, que antes foram vistos como heróis e vencedores, ganharam estátuas e monumentos erguidos tanto nos países colonizadores como nos colonizados.

Durante os protestos contra o racismo, que têm acontecido um pouco por todo o mundo, manifestantes têm derrubado estátuas e monumentos considerados pró-esclavagistas. Outros são queimados, vandalizados e jogados em rios.

Foi o caso da estátua de Cristóvão Colombo, o descobridor da América em 1492.

O monumento foi derrubado e jogado em um lago na cidade de Richmond, na Virgínia, na noite de terça-feira, 9, durante um protesto contra o racismo.

Os manifestantes jogaram tinta no monumento e atearam fogo em Colombo. Depois, derrubaram a estátua e a jogaram em um lago.

Em Bristol, na Inglaterra, a estátua do mercador de escravos Edward Colston foi arrancada da base em que ficava e jogada em um rio por manifestantes durante os protestos do domingo.

O vídeo em que o grupo de protestantes joga a estátua no rio logo viralizou nas redes sociais e foi assistido por mais de 8 milhões de vezes pelo Twitter da BBC.

Colston foi um mercador de escravos e sócio da Royal African Company, empresa responsável pela captura e venda de mais de 80 mil africanos.

Com a fortuna feita pela escravidão, ele ajudou no desenvolvimento da Inglaterra e era considerado um filantropo, doando dinheiro para igrejas, hospitais e escolas.

Além do monumento a Colston, a estátua de Winston Churchill, cujas falas racistas estão sendo questionadas actualmente, foi vandalizada. Nos Estados Unidos, a estátua do líder dos Confederados, Robert E. Lee, vai ser removida.

Na Bélgica, uma estátua do Rei Leopoldo foi queimada durante os protestos. Embalados por estes protestos, manifestantes estão pedindo para que imagens ligadas à escravidão sejam retiradas de lugares públicos.

Em Boston, a estátua de Colombo no parque North End amanheceu sem a cabeça, segundo a NBC. Não foi divulgado se mais partes da estátua foram vandalizadas ou se o foco dos manifestantes era a cabeça do navegador.

Já em Cabo Verde decorre uma petição pública, lançada por um cabo-verdiano radicado na diáspora, que pede que monumentos em homenagens a figuras pró-esclavagistas sejam retirados do espaço público.

A petição, assinada por Gilson Varela, já conta com mais de 1600 assinaturas e coloca a prémio nomes como Diogo Gomes, Diogo Afonso, Sá de Bandeira, Alexandra Albuquerque, Serpa Pinto, entre outros.

NA

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