A missão do Projecto, denominado Exscalate4Cov, é possível graças ao uso de super-computadores contra a Pandemia, porque o inimigo a combater – é diferente de qualquer outro – dizem os investigadores, citados pelo pt.euronews.com
“Em comparação a outros vírus com os quais temos trabalhado, por exemplo o vírus Zika, o Coronavírus tem uma maior complexidade. É composto por muito mais proteínas, que têm papéis biológicos muito diferentes”, explica o coordenador do Projecto, Andrea Beccari.
Os cientistas querem identificar moléculas que podem bloquear a progressão do vírus no interior do corpo humano.
Com uma biblioteca de cerca de 500 mil milhões de moléculas para explorar, debatem-se com o desafio de identificar no menor espaço de tempo os candidatos mais promissores.
A solução passa pelo uso de super- computadores capazes de processar até três milhões de moléculas por segundo.
“Os computadores são essenciais, porque podemos trabalhar ao mesmo tempo com todas as 25 proteínas do vírus, que estão envolvidas nos vários mecanismos relacionados com a infecção, replicação e bloqueio do sistema imunitário humano; tudo de uma forma simétrica”, revela o coordenador.
A busca de novas moléculas contra a COVID-19 também requer super-computadores para gerar e analisar modelos e estruturas experimentais 3D de proteínas de patógenos pandémicos.
De acordo com o químico computacional Carmine Talarico, é possível “identificar moléculas úteis no combate ao Coronavírus, tanto entre moléculas já existentes – através do chamado processo de redireccionamento – como através da utilização de novas bibliotecas de moléculas, aplicando modelos que já foram optimizados”.
Após serem identificadas, as moléculas promissoras são enviadas para a Bélgica. É lá que os investigadores infectam primeiro as células com o novo Coronavírus e depois adicionam as moléculas candidatas e estudam a reacção das células infectadas.
Esta investigação complexa é parcialmente realizada num espaço automatizado único que funciona sob baixa pressão, impedindo o material biológico de escapar. O potencial de uma determinada molécula pode ser avaliado em 48 horas.
Com esta investigação, os cientistas esperam contribuir para o desenvolvimento, a médio prazo, de novos fármacos eficientes no combate à COVID-19.