Uma campanha de angariação de fundos foi lançada nas redes sociais, a fim de ajudar famílias que ficaram desalojadas no passado mês de Maio, após a demolição de dezenas de casas de lata no bairro Alto da Glória, Praia, ilha de Santiago.
A iniciativa, lançada pela jovem cabo-verdiana Eliane Brito, já conta com quase dois mil euros em doações, cerca de 200 mil escudos cabo-verdianos. O objectivo, segundo consta do site onde a mesma está alojada, é chegar aos cinco mil euros.
“A campanha é destinada a ajudar famílias que ficaram desalojados e deixadas completamente desamparadas pela Câmara Municipal. Todo e qualquer fundo arrecadado será imediatamente encaminhado para as famílias que sofreram com tal atitude”, lê-se no site.
No dia 1 de Maio, a Câmara Municipal da Praia ordenou a demolição de dezenas de casas de tambor, denominadas “barracas” e construídas de forma clandestina na zona de Alto da Glória.
Na sequência, várias famílias ficaram desamparadas, muitas com crianças, tudo isto, em plena pandemia do coronavírus e na vigência do Estado de Emergência na ilha de Santiago.
A medida foi amplamente criticada e condenada pela sociedade civil nas redes sociais. Inclusive a própria ACRIDES alertou para o facto de crianças terem ficado ao relento.
Muitos internautas questionam o porquê de a autarquia não alojar as famílias nas Casas para Todos prontas e fechadas.
A Câmara Municipal da Praia já havia denunciado um aumento exponencial de escavações clandestinas, nesta e noutras zonas da cidade, durante a vigência do Estado de Emergência.
Segundo o edil Óscar Santos, essas construções colocam em causa todo o projecto urbanístico para a Cidade da Praia.
Porém, o mesmo projecto urbanístico onde estão a nascer arranha céus gigantes no meio de moradias de dois e três andares autorizadas pela autarquia.