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Covid-19

Portugal: Médicos alertam para aumento de casos de depressão e ansiedade em grávidas

Estudo realizado no Hospital Pediátrico “Dona Estefânia”, em Lisboa – Capital de Portugal -, revela que Pandemia de COVID-19 agravou o estresse das mulheres à espera de bebé. 26 por cento – % – falam mesmo em depressão. Investigadores pedem atenção a estes casos e mais respostas na área da Saúde Mental, durante a Pandemia de COVID-19.

“Agravidez já é um momento de incerteza e a Pandemia veio introduzir mais incertezas na vida das grávidas”, diz o pedo-psiquiatra Pedro Rafael Figueiredo – citado pelo portal dn.pt -, que está a estudar o impacto da COVID-19 na saúde mental das mulheres à espera de bebé.

O adiamento de consultas, ecografias, a possível ausência dos companheiros na sala de partos ou a falta de contacto com o recém-nascido levaram 80% das grávidas inquiridas pelo Centro de Estudos do Bebé e da Criança do Hospital “Dona Estefânia”, em Lisboa, a dizer sentir-se mal acompanhadas e a acusar pressão psicológica.

Os resultados preliminares do EstudO: “COVID-19 e Saúde Mental na Gravidez”, que contou com a participação de mil 750 mulheres, desde o dia 25 de Abril, através do preenchimento de um inquérito “Online” – preocuparam os médicos, que apontam um “aumento claro dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse  em relação ao que seria habitual durante esta fase”.

26% das grávidas apresentaram indícios de depressão, 38% de estresse  e 45% de ansiedade. Números que, segundo o especialista, costumam rondar os 10%, “o que é verdadeiramente significativo”.

Acresce ainda o facto de 14% das mulheres que responderam ao questionário terem referido que “não são acompanhadas – psicologicamente -, nem nunca foram, mas agora sentem que precisam”, explica Pedro Rafael Figueiredo.

“Claro que neste ambiente de pandemia todos nós estamos mais ansiosos e eventualmente deprimidos, mas sabemos, por experiência clínica e por evidência cientifica, que o estado emocional da mãe influencia depois o bem-estar de desenvolvimento do bebé“, continua o médico, um dos responsáveis pelo Estudo.

No total, mais de 80% das grávidas admitiram um “impacto negativo ao nível da vigilância da gravidez”, que lhes causou grande preocupação. Referem-se a adiamento de consultas ou a uma das três ecografias, que 32% dizem ter tido dificuldade em remarcar.

Apesar de a Literatura disponível indicar que o risco de contágio entre a mãe e o bebé é reduzido, isto não descansa as grávidas. 90% das inquiridas admitem ter medo de ser infectadas com o novo Coronavírus e de o transmitir ao filho(a).

Outra grande preocupação, encontrada pelos investigadores, foi o receio de não poderem ter acompanhante na Sala de Partos ou de não existir contacto com o recém-nascido (mais de 90%), nomeadamente, de não poderem amamentar.

A primeira norma dedicada às mulheres à espera de bebé, publicada pela Direção-Geral da Saúde, continha estas indicações como sendo de boas práticas, no entanto, uma segunda versão do mesmo documento já apresenta uma maior abertura quanto à distância entre os pais e o filho. Em última análise, cabe ao Hospital decidir sobre a presença do pai durante o parto.

Os investigadores do Centro de Estudos do Bebé e da Criança do Hospital Pediátrico da Capital fizeram, ainda, uma análise sócio-demográfica, garantindo que o Inquérito tinha representação de todas as faixas etárias (dos 19 aos 49 anos) e de todas as regiões do País (incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira).

Com base no local de residência encontraram variações“O Alentejo e o Algarve têm as taxas mais elevadas de sintomatologia psiquiátrica. As mais baixas estão em Lisboa – e Vale do Tejo – e no Norte”, as duas regiões mais afectadas pela Pandemia, com dez mil 320 e 16 mil 718 casos respectivamente.

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