O director dos Centros de Saúde na Cidade da Praia desvalorizou as críticas feitas por um jovem em isolamento no Estádio Nacional, em entrevista a este jornal na passada sexta-feira, 23.
Segundo Odair Carvalho, muitas pessoas, quando fazem os testes de despistagem com resultados positivos, querem ser enviadas para casa sem se recuperarem. “Quando isso não acontece, elas ficam revoltadas e criam histórias”, diz Odair Carvalho.
Em resposta à declaração do jovem, que na altura preferiu preservar a sua identidade, e que segundo o qual haveria problemas com a alimentação, que “chegava muito tarde e fria” e que teria causado alergias a várias pessoas, Odair Carvalho diz que todos, incluindo funcionários, proteção civil e policiais se alimentaram da mesma comida e que ninguém sentiu nada.
“Pelo menos no Estádio Nacional, para onde as críticas são dirigidas estas coisas não acontecem”, garantiu este responsável, que desmente igualmente a falta de materiais de higiene e limpeza e a alegada desinfecção deficiente do espaço.
Na passada sexta-feira, um jovem que estava há dez dias em isolamento do Estádio Nacional procurou este jornal para denunciar o que considerou “más condições” de isolamento, apontando falhas na higienização do lugar, horário de alimentação, para além da necessidade de um médico de plantão para assistir pessoas com outros problemas de saúde.
Um dia depois da matéria ser publicada, o jovem reconheceu, entretanto, que houve melhorias em relação a disponibilização de produtos de higiene, mas disse que, quanto ao resto, tudo se mantinha igual.
Neste momento estão em isolamento na capital do país cerca de 220 pessoas, a maioria em hospitais de campanha.
O país conta com 380 casos acumulados de coronavírus, entre os quais 155 recuperados e três óbitos.