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Covid-19

Matutando em COVID-19. Confinamento tem (também) muitas virtudes

 

Por: Alex Semedo

1- Solidariedade.

Em maré de confinamento (quase forçado!), desta feita, por mor deste que já encontrou seu canto no léxico global como COVID-19, turbilhão de ideias irrigam a nossa massa cinzenta, quase que nos forçando a uma rigorosa selecção do que queremos mesmo aproveitar e do que precisamos botar fora.

Deitar fora não é bem assim.

Não é bem assim porque, na Natureza, nada se perde. Reciclamos – isso sim! -, quase que vezes sem conta – o palpável e o inapalpável! -, quanto mais não seja por estes dias de confinamento, as milhentas ideias que nos ocorrem, aos borbotões, mas que, em ocasiões do antanho, eram tidas como das mais estapafúrdias, se não, tidas como inatingíveis e inconcebíveis.

Verdade seja dita, também, que, nestes tempos de confinamento – quase que forçado! -, as manifestações e traduções práticas de solidadariedade não faltaram, não faltam – e, pela certa, não vão faltar.

De milhentas formas. Nascidas de patrícios residentes e/ou na Costa d’Água. Tudo para ajudar a suavizar e a minimizar – aliás, “mitigar”, como agora se diz, para ser “chiquérrimo”! – o padecimento do próximo, seja ele chegado e/ou da nossa relação ou não.

O mais interessante, marcante e de se registar mesmo nesta acção de auxiliar o semelhante, é que muitas iniciativas foram direccionadas para “desconhecidos”, com muitos dos “doadores” a preferirem e a “refugiarem-se” no anonimato.

Por humildade.

Como que em materialização do ensinamento bíblico de que “o que a mão direita dá…a esquerda não precisa tomar fé!”.

Gesto bonito. Secular e merecedor de louvor.

E como não podia deixar de ser, também, não faltou o “djunta-mó” nesta maré de confinamento. Reeditados das mais variadas formas e nos diversos modos de actividades, relembrando-nos que, mais do que nunca, dependemos, também, uns dos outros.

Até porque, ninguém é auto-suficiente.

Por mais bem dotado e provido que seja.

Certo mesmo, é que o confinamento, malgrado “chocalhar” a cabeça humana – de mil e uma maneiras! -, tem (também) muitas virtudes.

E que são de aproveitar.

 

2- Recuperação em alta

Cabo Verde já conta com 130 recuperados de COVID-19, dos quais, 73 no Município da Praia.

Só nas últimas 24 horas, 35 pessoas foram consideradas curadas – todas na Capital do País.

O balanço é do Ministério da Saúde e da Segurança Social – MSSS -, apresentado nesta sexta-feira, 22 – os dados são referentes a exames feitos a 21 de Maio, no Laboratório de Virologia -, que avança, todavia, que Praia regista mais seis novos casos positivos do novo Coronavírus, elevando-se, assim, para um total de 362 acumulados, a nível do Arquipélago.

Deste modo, o número total de positivos acumulados em Cabo Verde sobe para 362, sendo 303 em Santiago, única Ilha, agora, com casos activos – repartidos pelos concelhos da Praia (295), que passou a ser o epicentro da Epidemia; São Domingos (quatro); Tarrafal (dois); e Santa Cruz (dois) -; na Boa Vista (56); e São Vicente (três).

O MSSS assegura, ainda, que “os doentes com infecção activa” permanecem em isolamento, “com evolução favorável”, à excepção de um internado que está em estado crítico.

Foram montadas – avisa o MSSS -, em diversos bairros da Cidade da Praia, tendas onde a população pode realizar, de forma gratuita, testes rápidos para detecção de anti-corpos.

 

Desde que foi anotado o primeiro caso no Arquipélago, a 19 de Março, na Ilha da Boa Vista, há o registo de três mortes: um turista inglês, que estava de férias na Boa Vista; uma nonagenária e um sexagenário, ambos na Cidade da Praia.

 

3- Massificação de testes

A massificação de testes na Cidade da Praia já é uma evidência.

Disso mesmo deu conta aos jornalistas, o director Nacional da Saúde – DNS -, Artur Correia, na tarde de quinta-feira, 21, explicando que começou-se, esta semana, “um trabalho multi-sectorial, em alguns bairros da Capital”, com acções de sensibilização e aplicação de testes rápidos para detecção de anti-corpos, envolvendo várias instituições.

Correia reafirma que os Serviços de Saúde Privados fazem parte do Sistema Nacional de Saúde, pelo que, os laboratórios privados que aplicam testes  rápidos estão a colaborar com o Sector Público.

Na mesma ocasião e, referindo-se aos vôos de repatriamento de cabo-verdianos no exterior, o DNS remarcou que todos os que chegarem serão colocados em quarentena, em hotéis, em ordem a  testados. Caso os testes forem negativos, segurião para os seus destinos e/ou residências. De contrário…ficam ali, durante 14 dias…

“Os profissionais que regressaram da Ilha da Boa Vista (Protecção Civil, Policias, Militares e inspectores da IGAE) estão bem e em quarentena, a aguardar os testes de PCR”, garante Correia.

A modos de balanço, Correia avança que os contaminados por COVID-19 – em Cabo Verde -, em termos de grupos etários, 51 por cento – % – estão nos grupos de 20 a 40 anos. A faixa etária de pessoas de 60 a 70 anos, representa apenas 5%. “Isso poderá explicar a baixa taxa de mortalidade no País”, sustenta.

4- Cloroquina ou não?

A aplicação da Cloroquina – usada no tratamento e na profilaxia da Malária, também conhecida por Paludismo – e da Hidroxicloroquina nos protocolos terapêuticos da COVID-19 não tem sido pacífica e têm gerado, a nível desta nossa Aldeia Global, muita polémica.

Em Cabo Verde, o director dos Serviços de Prevenção e Controlo de Doenças da Direcção Nacional da Saúde,  Jorge Noel Barreto, revela que o País tem disponível a Hidroxicoroquina, e que, nos protocolos terapêuticos, salvaguarda-se que este medicamento “não é o tratamento de eleição”.

Entretanto, avança que, de “acordo com a avaliação médica, as discussões da equipa pode ser tomada a decisão do seu uso ou não”.

Ainda ele, perante as novas evidências internacionais, existe uma proposta de revisão do Protocolo Terapêutico, em ordem a que, em situação de salvar vidas, o “médico sempre fará tudo” que estiver ao seu alcance.

Porém, nesta quarta-feira, 20, a Organização Mundial da Saúde – OMS -, alertou que a Cloroquina  – descoberta em 1934 – e a Hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais e que não têm eficácia comprovada no tratamento da COVID-19.

Em face disso, a OMS recomenda que essas duas substâncias só devem ser usadas contra a COVID-19 em ensaios clínicos.

 

5- Boa Vista “livre!”…

Os últimos dois doentes de COVID-19, na Ilha da Boa Vista, testaram negativos. E, em consequência, já receberam alta. A boa-nova, de há muito esperada, foi dada pelo Ministério da Saúde e da Segurança Social, quinta-feira, 21.

Destarte, a “Ilha das Dunas” está “livre”, melhor dizendo: sem nenhum caso activo desta maleita covídica, que, agora, tem como foco a Ilha de Santiago, mais precisamente, o Concelho da Praia.

Em reacção  – e sem esconder o seu contentamento pela boa-nova! -, o edil José Luís “Djaiss” Santos, agradeceu a todos os residentes, pelo cumprimento dos conselhos das autoridades da Saúde, que contribuíram, de modo decisivo “pela vitória, nesta primeira etapa da luta” contra o novo Coronavírus.

Santos louvou, também,  às equipas de Saúde – local e o reforço chegada da Praia! -, que fizeram “um trabalho extraordinário”, mantendo-se confinadas, também, durante vários dias, juntamente com os doentes.

“Djaiss” não se esqueceu do Palácio da Várzea, “por ter criado todas as condições” para que se pudesse trabalhar, “de forma eficiente e eficaz, na guerra contra” COVID-19.

Para “não ser ingrato” e ninguém fique fora da lista de reconhecimento, “Djaiss” esticou os seus agradecimentos à Protecção Civil, Polícia Nacional, Militares, Cruz Vermelha, Voluntários, Bombeiros Municipais e Nacional, Polícia Judiciária, IGAE – Inspecção-Geral das Actividades Económicas -, “bem como a todos os que prestaram o seu contributo”.

Num outro enfoque – que é uma outra pendência em pauta! -, Santos desafiou o Executivo de Ulisses Correia e Silva a acelerar o processo de regresso à Ilha dos munícipes que ficaram retidos noutras ilhas, principalmente em Santiago, “onde existe um grupo muito grande de pessoas”, na sequência da declaração do Estado de Emergência – e sucessivos prolongamentos.

Aos residentes, o edil recomenda “ao não baixar da guarda”, uma vez que “ganhamos uma etapa da luta”, mas “a guerra continua”.

E conclui: “Exortamos a população a continuar a seguir os conselhos das autoridades de Saúde, para que possamos sair desta Pandemia, de forma sustentável”.

Como diz o outro: “quem avisa…amigo é!”.

O primeiro caso covídico na Boa Vista foi registado a 19 de Março, com a última anotação a datar de 27 de Abril.

 

6- Festejos nublados

Praia de Santa Maria da Vitória – a Cidade do Nosso Orgulho e Menina dos Nossos Olhos -, por mor destas Crises Sanitária, Social e Económica que campeia nesta nossa Aldeia Global -, viu turva e nublada passar o seu Dia de Município: 19 de Maio.

Não fosse COVID-19, cereteza-certa era que muitos amanhecessem no areal da icónica Praia da Gamboa, que emprestou seu nome ao Festival – que já virou Internacional de  há muitos anos a esta parte!

Contudo, quis lá, sabe-se por força de quem – do Destino que não é! -, que viesse esta Pandemia Global falar-nos mantenha, ainda p’ra mais!, sem ser convidada.

Festejos de rua, claro que não houve.

Mas, “nóis!”, cá do burgo, temperados pelas milhentas crises que já dobramos – qual Cabo das Tormentas!!! -, não vergamos nem vergaremos a esta maldita e covídica maleita, que é, somente mais uma no nosso arcaboiço.

Socorrendo-nos da magia e das possibilidades mil que, felizmente, nos oferecem, também, as Tecnologias desta nossa Aldeia Global, brindes não faltaram – embora virtuais! -, em homenagem a esta nossa bendita Praia Maria.

Com súplicas à Nossa Senhora da Graça, a Santa Protectora e Patrona desta Cidade.

Que, de certeza, cobrirá os seus filhos com as suas vestes e manto de Mãe Bondosa, Pideosa e Caritativa. Não olhando a quem.

P’ro ano, de certeza mais que certa, que será tudo bem melhor.

Não faltando Gamboa nem Gamboínha…

 

7- Radiografia mundial

A Pandemia do novo Coronavírus já  matou, pelo menos, até esta sexta-feira, 332 mil 870 pessoas e infectou mais de 5,1 milhões em todo o Mundo, desde Dezembro de 2019.

Dados recolhidos pela Agência de Notícias Francesa – AFP -, dão conta de que mais de cinco milhões 109 mil  e 290 infectados, em 196 países e territórios, desde o começo, em Dezembro do ano passado, na cidade chinesa de Wuhan.
A AFP alerta, em tempo devido, que o número de casos diagnosticados reflecte, apenas, uma fracção do total real de infecções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar.

Um aviso a não descurar…

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