O sociólogo Redy Wilson Lima lançou um alerta nesta sexta-feira (15), visando um erro registado numa aula de Ciências Integradas na televisão pública.
O alerta foi publicado na sua página da rede social do facebook e diz respeito à localização geográfica de Cabo Verde.
“Que se falsifique a história através da negação do colonialismo e da suavização da escravatura já é normal em CV, sobretudo no seio de alguns estratos sociais. Porém, falsificar simbolicamente a geografia colocando o arquipélago entre o Brasil e Portugal, creio ser uma novidade”, pode-se ler na publicação.
A mesma é acompanhada de uma imagem referente a uma das aulas do 4º ano na disciplinada de Ciências Integradas, onde se pode ler m que “As ilhas de Cabo Verde ficam praticamente no meio do Atlântico, entre o Brasil e Portugal. Esta posição fez com que o arquipélago se tornasse um lugar de paragem obrigatória nas viagens entre a Europa e a América do Sul. Cabo Verde precisava produzir para poder participara no comércio”.
O poste tem sido amplamente partilhado nas redes sociais e também tem sido objecto de algum debate. Uma das reacções mais sonantes é da artista Nish Wadada que diz que “Ao menos serviu para isso, as tele-escolas para os pais terem noção da educação que tem sido oferecida aos seus filhos…e o pior são os professores que são cúmplices”.
Quem também se pronunciou sobre o assunto, foi a jornalista e escritora, Natacha Magalhães. Esta focou-se no conteúdo da mensagem transmitida, falando sobre “um eterno complexo e orfandade que nunca mais acabam. Agora, Senegal que é o país com mais proximidade a CV completamente ignorado. África que é o continente mais próximo completamente omitido. Complexos e mais complexos”.
Importa frisar que há muito se vem falando sobre problemas diversos a nível do ensino em Cabo Verde.
Na sua edição impressa nº 644, o A NAÇÃO, abordou este assunto, focando na inexistência de manuais para várias disciplinas do ensino secundário – um problema antigo e que parecia ter chegado ao “ponto de saturação” no seio de professores e encarregados de educação. Sem manuais e sem coordenação nacional, há vários anos que o corpo docente é obrigado a improvisar, o que obviamente acaba por afectar o “ensino de qualidade” de que tanto se fala, com claros prejuízos para os alunos.
Também o conhecido erro nos manuais de matemática, que suscitou várias críticas.