O continente africano enfrenta a maior crise económica dos últimos 30 anos, devido à “tempestade perfeita”, agravada pela Pandemia de COVID-19.
Neste momento, segundo as contas do economista Bissau-guineense, Carlos Lopes – citado pela DW África, o continente africano precisa de 200 mil milhões de dólares para estimular a sua Economia e terá uma recuperação débil em 2021.
No passado domingo, 10, o Presidente em exercício da União Africana (UA), o Chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, defendeu que a suspensão dos pagamentos da dívida deve vigorar durante dois anos e não apenas até Dezembro.
Na reunião, que contou com a presença dos presidentes de Angola e de Moçambique, além de outros membros da Região, Ramaphosa passou em revista as medidas financeiras que foram tomadas nas últimas semanas e defendeu, novamente, a permissão de os Estados acederem aos Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI, ou seja, às reservas financeiras do próprio Fundo.
Em entrevista exclusiva à DW África, o Alto Representante de África junto da União Europeia e professor da “Nelson Mandela School of Public Governance” da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, Carlos Lopes, revela que as poupanças africanas são investidas em veículos financeiros que não ajudam a desenvolver a África, mas sim, estão a render e a ajudar economias de outros continentes.