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Covid-19

Sequelas de COVID-19 – Médicos desconhecem quais são os órgãos mais afectados a longo prazo

No caso da Fibrose Pulmonar – avança o jn.pt -, uma lesão grave permanente, são precisos entre seis e 12 meses para se poder começar a detectar. Mas não é só nos pulmões que as lesões imediatas ou permanentes se verificam.

Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para as reacções inflamatórias no Sistema Vascular e no cérebro. No coração há, também, risco de danos permanentes.

“Não sabemos quais os órgãos que serão mais afectados. À partida, um será o pulmão. Sobretudo em termos funcionais. Mas as sequelas só poderão ser avaliadas a médio e longo prazo”, explicou ao jn.pt, o pneumologista Filipe Froes.

Sobre os doentes que agora estão a ter alta, a curto prazo, “é normal que apresentem queixas semelhantes às das pessoas que tiveram processos desta gravidade” provocados por outras causas, disse.

“Sabemos que os casos graves demoram muito tempo em cuidados intensivos, com períodos muito prolongados de ventilação mecânica, e isso acarreta, logo à partida, uma grande atrofia muscular, e até alterações do foro psiquiátrico”, prosseguiu.

No caso da Fibrose Pulmonar (cicatrização do tecido), o especialista estima entre seis e 12 meses para que as primeiras suspeitas venham a manifestar-se.

Na Neurologia, mais concretamente a nível do Sistema Nervoso Central, esta hipótese começa a ser documentada e novos tratamentos estão a ser testados.

A primeira pista que os cientistas tiveram de que o SARS-CoV-2 – ou COVID-19 – podia causar danos neurológicos foi quando muitos dos infectados relataram que tinham perdido o olfacto e o paladar, dois sentidos que estão “muito próximos do Sistema Nervoso Central”.

A nível do Coração ainda são mais as dúvidas do que as certezas.

Os dados que têm sido partilhados mostram que as pessoas com Doença Cardio-Vascular “têm maior risco de desenvolver formas mais graves”, podendo necessitar de cuidados intensivos e até, eventualmente, morrer de COVID-19.

Além disso, nos doentes infectados, independentemente da presença de doença cardíaca de base, caso apareçam “sinais de lesão cardíaca aguda ou arritmia”, têm pior prognóstico.

Como o Coração tem “um poder de regeneração limitado”, ainda não é possível determinar “até que ponto é que a função cardíaca ficará afectada pela infecção”. Porém, outras inflamações do Miocárdio, provocadas por vírus, que não o SARS-CoV-2, evoluem com uma disfunção muito grave e até podem exigir transplantes ou necessidade de suporte cardíaco mecânico. Mas este é o cenário menos comum.

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