Por: Alex Semedo
1- Inaceitável!
Nesse tempo de confinamento e de distanciamento físico – não o social! -, é inconcebível e inaceitável que clientes – de quaisquer instituições que sejam! – estejam e percam horas a fio em filas, à espera de vez que parece demorar uma eternidade – muitas vezes, debaixo do inclemente e abrasador sol de Maio (agora!), para serem atendidos.
Não devia ser assim, mas, infelizmente, é o que tem acontecido um pouco por este nosso Cabo Verde afora, a fazer fé e a dar crédito aos ecos que nos chegam, através dos mais variados meios à nossa disposição.
Mais que certo, é o que pessoalmente testemunhamos nesta Cidade da Praia. E por que “só não sente quem não é filho de boa gente”, reforçado pelo dever-cidadão, não podemos engolir em seco o que acontece e está acontecendo, um pouco por todas as instituições financeiras e de prestação de serviços básicos, quais sejam: da água, electricidade, comunicações e outros que tais.
Salvo muitíssimas raras excepções, os clientes – muitos deles “prioritários”, para não se dizer de “grupos de risco” – acotovelam-se, encostam-se e sentam-se por tudo quanto é sítio, ignorando e desrespeitando – às vezes, sem querer! – os tais distanciamentos exigidos em maré de COVID-19, esperando a vez de serem atendidos.
O que nem sempre acontece, já que, em muitos desses serviços há um “numerus clausus” de clientes a serem atendidos por dia, e cuja sagrada barreira não pode (?!) ser “rompida”.
Pena é que estes servidores desconhecem que muitos deixaram a cama “diazá”, antes das cinco da matina, na esperança de “levantarem” o “auxílio” que o parente de Costa d’Água apertou o cinto para repartir com o ente que deixou nestas terras ressequidas – mas inesquecidas e sempre benquistas! – do Meio do Atlântico.
Teses, cenários, propostas e hipóteses mil estão correndo soltos e de graça nas redes sociais, visando mitigar – como agora sói dizer-se! – as infindáveis e malditas bichas, aliás, filas.
Quaisquer uma delas visa a felicidade dos utentes dessas instituições, em ordem a que se faça jus e se desenterre a saudosa sentença de outrora – para que não fique letra morta: “o cliente tem sempre razão!”.
E não é favor nenhum…o serviço é pago (quase que) a preço de ouro. Aliás, do Cifrão.
Na parte que nos toca, acreditamos que matutando a sério e com tenência, é possível atinar-se com um (novo) modelo de atendimento que mitigue e encurte o tempo de espera e de aportar aos balcões dos mais variados serviços. Sejam eles públicos e/ou privados.
Para a felicidade e desestressamento dos utentes.
2- Preocupação.
Mais dez casos em 24 horas. Cabo Verde já conta com 175 infectados, repartidos por Santiago (113, na Praia; dois no Tarrafal; e um em São Domingos); 58 na Boa Vista; e um em São Vicente.
Números oficias, do Ministério da Saúde e Segurança Social, apontam que, de domingo para a manhã desta segunda-feira, 4, foram analisadas 77 amostras, resultando em dez positivos, todos no Concelho da Praia, que soma, como dissemos já, 113.
O Arquipélago regista 37 recuperados.
COVID-19 já matou duas pessoas: um turista inglês, de 62 anos, na Ilha da Boa Vista; e uma idosa de mais de 90 anos, na Praia.
3- Retoma de ligações inter-ilhas.
Tudo está nas mão do Gabinete de Crise, que se reúne esta terça-feira, 5, sob a direcção do Primeiro-Ministro (PM), Ulisses Correia e Silva, na Cidade da Praia.
“A nível dos Transportes Marítimos temos já um conjunto de ilhas onde as ligações podem ser retomadas. Estou a falar de Fogo/Brava, de Santo Antão/São Vicente, de Sal/São Nicolau…”, revelou o PM, em conversa com o “Jornal de Domingo”.
Referente aos Transportes Aéreos, traça um cenário “mais complicado”, uma vez que a Companhia tem a sua Sede de Operações na Praia, e teria de sair da Capital para recolher passageiros noutras ilhas para fazer a distribuição. Contudo, não descarta esta possibilidade, que admite estar sobre a mesa.
4- Solidariedade em acção.
Empresas públicas e privadas têm passado das palavras aos actos, entregando doações várias ao Ministério da Saúde e da Segurança Social.
O acto mais recente aconteceu no sábado, 2, com o Grupo Ímpar Seguros a entregar 800 testes rápidos de COVID-19, na Cidade da Praia. É a segunda acção do tipo, já que quantidade igual tinha sido entregue, recentemente, em São Vicente.
A modos de justificação do gesto, o presidente do Conselho de Administração do Banco Cabo-Verdiano de Negócios, que é, também, administrador da Seguradora Ímpar, Paulo Lima, remarcou que o seu Grupo está engajado na colaboração com as autoridades cabo-verdianas no controlo desta Pandemia Global, que já ceifou milhares de vidas humanas.
5- Pedalada.
Portugal pedala, acelera e anuncia para, até ao final de Maio, o começo de ensaio clínico de plasma de doentes recuperados (que já contêm anti-corpos), para ajudar a tratar pessoas ainda doentes com a COVID-19.
A Presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, desafiou os doentes recuperados a exercerem o seu “dever de cidadania” e a disponibilizarem-se para fazerem a sua dádiva de plasma, nos três Centros de Sangue do Instituto.
6- A Nível Global, COVID-19 já matou mais de 245 mil pessoas, tendo infectado para cima de 3,4 milhões, em 195 países e territórios.
Os EUA (Estados Unidos da América) continuam a ser os mais afligidos, com perto de mil e 500 mortos.
Entretanto, o Presidente Donald Trump já veio a terreiro, “confiante”, garantir que, o mais tardar, até ao final de 2020, estará disponível uma vacina contra o novo Coronavírus.
Porém, insiste em “culpar” a China de ter criado COVID-19 em Laboratório, malgrado os sucessivos desmentidos e “certezas” da OMS (Organização Mundial da Saúde).
7- Nos Países Lusófonos, o Brasil já rompeu a marca dos sete mil óbitos. Do começo da Pandemia a esta parte, esse País da América Latina já lista mais de cem mil casos de infecção por COVID-19.
O Estado de São Paulo continua a ser o mais flagelado, superando já as duas mil e 600 mortes.