O rapper e activista Ga Da Lomba acaba de lançar a sua mais recente produção intitulada “Anju da Guarda”. Uma música onde rende homenagem às mães, mas também a todas as mulheres, de todas as classes sociais e força da figura feminina.
O vídeoclip, lançado no dia das mães, também expressa um lado feminino, ou a “mulher interna”, em todos os homens.
Controverso? Ga da Lomba explica: “A masculinidade verdadeira começa com todos os homens que conhecem seu lado pessoal feminino. As mulheres são todas nossas mães e nós, os homens, todos seus filhos.”
A ideia foi levar o espectador para além de um vídeo sobre um filho e sua mãe, trazendo uma voz universal, a expressão do amor e respeito a todas as mulheres.
Torna-se uma voz universal e expressão de amor e respeito a todas as mulheres, mas também demonstra “todo o poder da presença feminina, expressado na beleza natural de todas as nossas mulheres”.
Segundo o artista, grande parte do vídeo foi inspirado no trabalho do rapper Tupac Shakur (2Pac) e no vídeo da música que ele escreveu para a sua mãe, intitulada “Querida mamã” e que acabou por ser uma homenagem a todas as mulheres negras, em geral.
“O vídeo tenta fazer com que alguém ame a figura central de mulheres de todas as idades classes sociais e económicas. Apesar das diferenças, a história da figura feminina se torna uma versão crucial da realidade. Todas as mulheres estão sorrindo, o que demonstra a força das mulheres, apesar das dificuldades da vida”, explicou Ga da Lomba.
Levar a figura da mulher para um nível de divindade, “que elas merecem” e representar as mães como verdadeiros anjos da guarda. “Um aspecto importante do vídeo, foi usar somente as vozes dos homens que participaram na música, sobrepondo-as com a presença de imagens de mulheres. As figuras centrais se tornam mulheres”, enaltece o artista.
Para além de elevar a figura da mulher para o nível de divindade e representar as mães como anjos da guarda, a música favorece uma discussão sobre a construção da masculinidade.
Avalia ainda a questão de crescimento de agregados domésticos liderados por figuras femininas na sociedade e uma tendência de se normalizar a ausência da figura do pai, bem como conflitos familiares, como violência doméstica e abuso de drogas.
“Anju da Guarda” é interpretada por Ga da Lomba, Grace Évora e Alex Cabral, produzida por Calú Duarte e masterizado por Amaral Fortes.