Por: Alex Semedo
1- Nestes dias de acantonamento (ou isolamento?) forçado e de distanciamento social imposto – a que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda e prefere que seja somente físico –, mil e uma teses têm campeado por este mundo de Nossenhor Bom Deus, à boleia das redes sociais – e não só!
Aliás, nesta era tecnológica, em que esta nossa Aldeia Global está, praticamente, à distância de um mágico e sedutor clique, difícil é sustentar e convencer o próximo e semelhante, com toda a propriedade e rigor, que se está e que é possível cumprir o propalado distanciamento social.
Distanciamento físico sim; mas não social.
É mesmo impensável nos tempos que correm, ficar sem comunicar ou falar com o ente querido.
Também convenhamos.
O Homem, este ser gregário por natureza, jamais o engoliria de barato (a seco e de bandeja!), quanto mais não seja, com a magia e a possibilidade das milhentas ferramentas e recursos que tem à sua disposição.
Felizmente que é assim.
De contrário, vencida a “Guerra” (será mesmo uma “Guerra”?) e o regresso à “nova e possível normalidade”, que não sabemos para quando, mas é uma certeza que nada vai ser como dantes, mas que vai ser dobrado o Cabo das Tormentas contra o novo Coronavírus, aliás, COVID-19 – que palavrão (ou neologismo?) este! – , teria de se começar, pelos alicerces, a tarefa da socialização, ao invés de se empenhar e concentrar-se no desafio-mor da recomposição (ou reconstrução?) económica.
Destarte, na parte que nos toca, “aceitamos” o distanciamento físico, mas defendemos que se cultive e se alimente, sempre e cada vez mais, a aproximação e a inter-acção social… com tenência, magia e os recursos da tecnologia.
2- Os 162 anos da elevação da Praia de Santa Maria da Vitória à categoria de Cidade – 29 de Abril – , passaram, este ano, (quase que) despercebidos.
Tudo por “culpa” da Pandemia de COVID-19. Porém, inconformados, muitos são os que entendem que a Capital de Cabo Verde, que está à espreita do seu Estatuto Especial – por mor dos custos da Capitalidade! – , merecia algum “lembrete e brinde”, mesmo não sendo uma data redonda.
A modos de lembrete: Praia virou Cidade a 29 de Abril de 1878, pelo Decreto “canetiado” pelo (então) ministro português do Ultramar, o Visconde de Sá da Bandeira.
3- Terça-feira, 28, o Primeiro-Ministro Ulisses Correia e Silva, destacou “a forte solidariedade” da Diáspora Cabo-Verdiana e a mobilização social em todos os concelhos do País, quando falava numa vídeo-chamada com os embaixadores e chefes de Missão no Exterior.
“A nossa Diáspora sofre duplamente, tanto pelo facto de estar em países afectados fortemente pela COVID-19, como pelo facto de terem esta ligação muito estreita e profunda com o País. Esta ligação com a terra tem-se traduzido em remessas para as famílias. Praticamente em todas as ilhas, em todos os concelhos há uma mobilização social muito forte e isto tem ajudado muitas famílias a ultrapassarem dificuldades que vivem neste momento”, remarcou Correia e Silva, que aproveitou o evento para apresentar pêsames e condolências às famílias que perderam entes-queridos na Diáspora, com destaque para a Comnunidade em Brockton, nos Estados Unidos da América, onde já tinham falecido, até terça-feira, mais de 30 patrícios.
4- A solidariedade e o “djunta-mó”, felizmente, não têm sido palavras ocas nos tempos que correm.
Um pouco por todo este nosso Arquipélago têm-se realizado campanhas das mais variadas, visando a recolha de bens e produtos diversos, com o louvado propósito de minorar o sofrimento dos que menos têm.
Ecos de entregas de cestas básicas têm-se ouvido no quotidiano destas ilhas plantadas no meio do Atlântico – de Santo Antão à Brava.
5- Da Diáspora – malgrado as agruras por que muitos conterrâneos passam! – também têm chegado ao País gestos inesquecíveis, de louvar e de se registar. Desta vez, devido à celeridade que o caso requer e reclama, optaram por enviar dinheiro.
Tomara que, de facto, essas dádivas cheguem aos necessitados e não sirvam para alimentar os inconfessáveis e condenáveis propósitos dos que se aproveitam da desgraça alheia… É apenas um voto!
6- Cabo Verde registava, até à tarde de quarta-feira, 29 (dia em que, graças ao Senhor Bom Deus, não se registou nenhum caso positivo e altura em que estávamos no remate deste alinhavado!), um total de 113 infectados (sendo 59 na Ilha de Santiago, repartidos pela Praia, 56, Tarrafal dois e um em São Domingos); 53 na Boa Vista; e um, em São Vicente. Há dois casos recuperados; e um óbito (um turista inglês de 62 anos).
A nível Nacional, há 469 pessoas em quarentena, a maioria na Praia (313), Cidade onde 16 bairros já têm registos confirmados de COVID-19.
Entretanto, o director dos Serviços de Prevenção e Controlo de Doenças veio a terreiro tranquilizar: até agora, nenhum caso positivo apresentou critérios de gravidade no Arquipélago.
7- Fora de portas, em plena Pandemia da COVID-19, a Rússia, maior exportador mundial de trigo, anunciou que as exportações de várias variedades de cereais estão suspensas até 1 de Julho.
A decisão já foi duramente criticada por organizações como a FAO (Organização das Nações Unidadas para a Alimentação e Agricultura), Organização Munidal de Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), devido ao impacto que estas restrições possam criar em plena Pandemia, provocando a escassez de alimentos.
8- Os Estados Unidos da América são o primeiro País a superar a barreira de um milhão de casos confirmados de COVID-19, a doença causada pelo novo Coronavírus.
Seguem-se na lista dos mais afectados, Espanha, Itália, Reino Unido e França.
9- Alvíssaras!!!
Uma boa nova para esta nossa Aldeia Global. Depois que fez os primeiros testes em mais de mil voluntários – na semana passada –, o Laboratório da Universidade de Oxford (no Reino Unido), anunciou, nesta terça-feira, 28, que terá, em Setembro próximo, uma “vacina efectiva e eficaz” contra COVID-19.
Oxford lidera a corrida para “matar” a Pandemia Global.
Tomara que tudo dê certo!