Prometem máscaras com cores, feitios e dezenas ou centenas de lavagens com certificação. No entanto, uma grande parte das empresas que vendem máscaras reutilizáveis na Internet e em algumas lojas de retalho nunca pediram testes de produtos ao Citeve, o único Centro Tecnológico Têxtil com Protocolo com o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde) e a DGS (Direcção-Geral da Saúde) para certificar.
Uma rápida pesquisa no “Google” e no “Facebook” permitiu ao jn.pt encontrar dezenas de vendedores que asseguram estar certificados pelo Centro Tecnológico ou que vendem máscaras reutilizáveis várias vezes.
Háempresas a prometerem “enorme resistência e durabilidade” em “mais de cem lavagens”. O problema é que o Citeve ainda não certificou máscaras que sejam reutilizáveis mais de cinco vezes.
Há ainda outras empresas que asseguram ter máscara “lavável até 50 vezes e certificada”.
Contudo, o Centro só terá certificado as propriedades anti-bacterianas do tecido, o que não garante a fiabilidade da máscara como um todo, pois ficam por analisar outros aspectos como a filtragem de partículas e a respirabilidade, por exemplo.
O mais grave é que há entidades públicas que caem no engano.
Entretanto, a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) tem multiplicado as acções de fiscalização junto de vendedores-não certificados. Quem quiser vender deve “dar cumprimento aos normativos legais e à legislação aplicável”, sob pena “de estar a ser desenvolvida uma actividade ilegal”, refere aquela Autoridade ao jn.pt, que está a compilar o número de contra-ordenações e processos-crime já instaurados por venda irregular ou ilegal de equipamentos de proteção.
Até agora, as 34 máscaras certificadas pelo Citeve só asseguram cinco lavagens. Não foram testadas para mais porque os testes demoram vários dias, mas o objectivo é testar a qualidade em mais lavagens.
A DGS e o Infarmed avisam que as máscaras de Nível 3 (para a população em geral) têm de reter 70 por cento (%) de partículas e as de Nível 2 (para profissionais de venda ao público) têm de reter um mínimo de 90%, mesmo após as lavagens.