O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a economia cabo-verdiana tem tido uma performance “excepcional” no contexto da implementação do Policy Coordination Instrument (PCI – Instrumento de Coordenação de Políticas).
O relatório número 20/135 do FMI, realça que Cabo Verde apresenta uma taxa de crescimento “acima das tendências históricas”, uma taxa de inflação “baixa e controlada”, uma “melhoria” do quadro orçamental e da posição líquida externa, “o que tem permitido, a par das melhorias na performance do sector empresarial do Estado, uma redução do endividamento público em percentagem do PIB”.
O relatório mostra ainda que a performance da economia era “sustentável e robusta”, com perspetiva para a continuação do nível de crescimento a médio prazo, ancorado na performance dos sectores da indústria, serviços e transportes, bem como nas reformas estruturais.
Ao nível dos resultados da implementação das reformas consagradas do PCI, o relatório evidencia que o desempenho tem sido extremamente positivo, sendo que todas as metas quantitativas do final de setembro de 2019 foram cumpridas, com a exceção do nível das receitas fiscais, que “ficou aquém, por uma pequena margem, devido à redução do valor das importações provocada pela descida dos preços externos, que fez baixar o valor das receitas alfandegárias em relação ao programado”.
Ainda, o relatório realça que “todas as metas de reformas estruturais foram cumpridas, o que contribui para a sustentação do processo de crescimento económico e consolidação das finanças públicas”.
Conforme um comunicado do Governo, o relatório mostra que Cabo Verde estava “num bom caminho” ao nível das finanças públicas, com as receitas totais a superarem a fasquia dos 30% do PIB e uma perspetiva para redução da dívida pública para nível inferior a 100% do PIB, em 2023, suportados pelo forte crescimento económico.
O relatório enfatizava, igualmente, o risco da exposição do país face aos choques exógenos externos, o que acabou por concretizar com os efeitos da pandemia de Covid-19, o que vai obrigar o país a refazer as metas, tendo em conta o forte efeito negativo na economia.
De um crescimento económico de 5,5% em 2019, o FMI projeta que o país vai ter uma recessão, em 2020, em cerca de -5,5%, com fortes perdas nos sectores do turismo e transportes e nos sectores conexos.