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Covid-19

Boa Vista: Encarregados de educação do bairro de Boa Esperança afirmam que os filhos estão excluídos das aulas à distância 

Pais e encarregados de educação do bairro de Boa Esperança afirmam que, devido a falta de electrecidade no período de manhã, os seus filhos ficam fora do programa educativo “Aprender e Estudar em casa”, previsto para iniciar no dia 27 de Abril.
Em entrevista à página Boa Vista no Ar, Elisângela Vieira considera que a iniciativa do Governo é “boa”, já que mantêm os alunos em contacto com as matérias escolares, mas ressalva que não serve a todos.
A principal preocupação dos pais e encarregados de educação se prende com a falta de energia elétrica no bairro durante o período de manhã, horário escolhido para a transmissão das aulas via televisão e Rádio.
Além da falta de eletricidade, Outro encarregado de educação defende que a realidade do bairro deve ser encarada numa dimensão maior, pois algumas famílias não têm rádio nem televisão.
“Pode-se até falar em internet, mas convém lembrar que a maioria dos pais estão desempregados e sendo assim, não há dinheiro para recarregar megas no telefone”, reforça.
Elisangela Vieira acrescenta que a situação pode até se tornar mais crítica, porque os fornecedores de energia no bairro podem a qualquer momento, suspender o serviço por falta de pagamento.
Com essas limitações, os pais são unanimes em afirmar que há necessidade de trabalhar esse processo, para que os conteúdos educativos cheguem a todas as crianças da Boa Vista.
“Antes de iniciar as aulas, o Governo deve criar uma alternativa para os nossos filhos, ainda que seja, fornecer combustíveis aos proprietários do motor, para que possamos ter energia no período das aulas, até passar a calamidade provocada pelo Covid-19”, sublinha Este pai.
A delegada da educação da Boa Vista, Risandra Gabriel, reconhece que esse modelo de ensino representa um constrangimento, não só para os alunos do bairro de Boa Esperança, mas também para outras localidades da Ilha.
“Em outras localidades podemos ter alunos sem acesso a TCV ou internet”, disse Risandra Gabriel sustentando que a delegação está a trabalhar em contacto com os professores sobre a estratégia a ser adoptada, quiçá a aplicação de fichas de exercícios.
Esta responsável tranquiliza os pais e diz de que nenhum aluno vai ficar prejudicado, até porque o programa educativo “Aprender e Estudar em Casa” não tem caráter avaliativo.
“Essas aulas são apenas para que os alunos possam ter contado com os conteúdos que já tinham sido lecionados no primeiro e segundo trimestre”, explica Risandra Gabriel.

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