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Sociedade

Covid-19: com a tensão vivida, Estado de Emergência não serviu para conter trabalhadores no Karamboa

Nem mesmo o Estado de Emergência socorreu as autoridades sanitárias e de segurança, quando se exigiu uma decisão sobre a permanência, ou não, dos trabalhadores no hotel Riu Karamboa, até que fossem conhecidos os resultados dos testes de despiste.

É que mesmo sem serem conhecidos os resultados dos testes, os funcionários foram liberados no domingo passado, depois de cumpridas duas quarentenas, cerca de 25 dias e depois de terem sido feitos testes.

O Governo assume “falhas e erros”, mas aponta responsabilidades também aos trabalhadores e diz que confrontar as forças de segurança obrigou a que se fizesse uma “ponderação”, já que os funcionários do hotel já estavam a terminar o segundo período de quarentena, estavam agastados e a viver uma situação tensa, como foi relatado por vários órgãos. O governo diz que mesmo assim foram cumpridos todos os protocolos internacionais.

O certo é que, depois de liberados, os resultados vieram a dar conta de 45 casos positivos, na maioria assintomáticos, 147 negativos e quatro ainda estão pendentes.

O Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, admitiu hoje que a decisão partiu do executivo, que depois de ponderar decidiu então deixá-los ir dada a situação que se estava a viver naquele momento. Dando a entender que não havia muitas soluções.

Os 45 casos dizem respeito só a trabalhadores do hotel. Num primeiro grupo, de 17 pessoas testadas, se registou um caso positivo e, num segundo grupo, de 179, mais 44 positivos, fazendo o total de 45 casos.

Para Arlindo do Rosário, Ministro da Saúde e da Segurança Social, os resultados espelham a situação no hotel e não da ilha. “Não temos como extrapolar a situação do hotel para toda a ilha. É possível até que seja uma epidemia concentrada e, se assim for, será mais fácil de controlar”, considerou.

Entretanto, estas pessoas saíram do hotel e regressaram a casa para o convívio das respectivas famílias e, inclusive, alguns não estavam a cumprir as medidas de quarentena domiciliária, segundo já tinha sido avançado pelo Director Nacional da Saúde.

Até a tarde desta quarta-feira, nem todos tinham sido isolados, mas, Arlindo do Rosário garantiu que o processo deveria estar pronto ainda hoje.

Quanto aos contactos, estes estão a ser identificados, através de uma investigação epidemiológica e, em casos de necessidade, serão submetidos a testes de despiste, explicou o ministro.

Uma equipa médica e de enfermagem já está na Boa Vista para reforçar o pessoal existente. O patrulhamento na costa da Boa Vista também será reforçado, para que não haja saída de pessoas da ilha, por embarcações.

Neste momento, Cabo Verde regista 55 casos positivos de coronavírus, sendo 51 na Boa Vista, três na Praia e um em São Vicente.

NA

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