A população da localidade de Chanzinha em Flamengos no concelho de São Miguel está a sofrer com a penúria de água há vários meses.
Arcelinda mais conhecida por “Kunoti” é uma das moradoras que diz que recebem água no chafariz local de quatro em quatro dias, mas em pouca quantidade. “Aqui cada família tem direito a dois boiões de 25 litros de água. O que é insuficiente para fazer face às necessidades básicas familiar e muito menos para quem tem animais em casa”, especialmente nesta altura da COVID-19, em que deveriam estar a reforçar a limpeza e higiene.
“Kunoti” diz que se sentem abandonados pelas autoridades locais e central.
“A comunidade de Chanzinha parece que não está no mapa do município porque ninguém vem nos visitar para saber como é que estamos e qual a nossa preocupação. Estão a transmitir informação para as pessoas lavarem as mãos sempre para evitar a transmissão do coronavírus, mas infelizmente não podemos seguir essas recomendações porque não temos água. E por conseguinte não podemos ficar de quarentena em casa porque temos que sair à procura de água para beber”.
Por seu turno, Zulmira de 62 anos idade, diz que não tem ninguém em casa que possa mandar buscar água. Por isso, confessa que sente se obrigada a ficar na fila juntamente com as outras senhoras desde as 10 horas da manhã, até às 15 horas, para conseguir os dois boiões.
“Vivo com duas crianças em casa e elas ainda não conseguem transportar boiões de 20 litros de água. Então tenho que sacrificar porque não temos água canalizada em casa. As autoridades devem olhar para os mais velhos e pelo menos mandar o autotanque vender água por barril, em vez de boiões”.
Os moradores de Flamengos pedem mais emprego, sobretudo para os jovens e chefes de famílias tendo conta que comunidade enfrenta três anos de seca e mau ano agrícola.
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SM