A notícia do cancelamento dos voos entre Cabo Verde e Portugal já a partir desta quarta-feira,18, apanhou muitos cabo-verdianos que se encontravam naquele país a trabalho e para consultas, de surpresa.
“Na prática deram-nos menos de 24 horas para voltar. Como é possível?…”, disse ao A NAÇÃO um cidadão cabo-verdiano, que se encontra em Lisboa a trabalho e que já tinha viagem marcada na TAP para quinta-feira,19, à noite.
“Como é que fica a nossa situação?” interpela ao Governo, afirmando que é preciso ter em conta que há pessoas que “não têm nem condições, nem dinheiro para ficar três semanas em Portugal” e “têm as suas vidas e família em Cabo Verde, há espera”
A NAÇÃO sabe que há nacionais que foram a Portugal fazer consultas e que estavam de regresso ainda esta semana e que agora ficam sem saber como agir até porque os voos da TAP agendados para a noite desta terça-feira,17, já estão com preços “proibitivos”, “mesmo se solicitarmos mudança, e se houver lugar”.
Recorde-se que no seu comunicado desta manhã, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva disse que considerando a situação da epidemia em Portugal e em vários outros países da Europa o Governo decidiu, com efeitos a partir de amanhã, dia 18 de Março,
interditar ligações aéreas, com Portugal e todos os países europeus assinalados com epidemia de COVID 19 e com os EUA, o Brasil, o Senegal e a Nigéria.
A interdição é por um período de três semanas, podendo ser antecipado o seu término ou prorrogada a sua vigência conforme a evolução da epidemia nesses países.
Ulisses Correia e Silva disse que a excepção da interdição vai para os voos cargueiros e os voos de regresso de cidadãos em férias ou em serviço em Cabo Verde aos seus países de origem ou de residência, sem especificar e esclarecer em que situação é que se dará esse regresso.
Até agora a TAP não cancelou todas as ligações para o arquipélago, tendo apenas reduzido o número de voos.
