O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV ) e Movimento para Democracia (MpD) não se entendem sobre a actual situação política na Guiné Bissau.
A bancado do PAICV (maior partido da oposição) através do deputado José Maria Gomes da Veiga apresentou uma declaração política, esta quarta-feira, 4 de marco, no Parlamento, no qual condena o que diz ser “um golpe de Estado em curso na Guiné-Bissau”.
Conforme José Maria Gomes da Veiga, o PAICV lamenta situações em que as instituições da República são “assaltadas e ocupadas por militares” e o poder assumido por “autoproclamados dirigentes à revelia da Constituição”.
“O PAICV manifesta o seu veemente repúdio ao golpe de estado e a todas as formas de assalto ao poder por fraude e força das armas”.
José Maria Gomes da Veiga, desafia por isso as autoridades nacionais, nomeadamente o governo, a vir a público explicar por que razão ainda não condenou o assalto ao poder na Guiné-Bissau.
Por seu turno, a deputada do Movimento para a Democracia (MpD-poder), Filomena Gonçalves, em resposta ao deputado do PAICV pediu “prudência” no que diz respeito a “questões internas de outros países”.
Filomena Gonçalves assegura ainda que “o Governo de Cabo Verde está a fazer tudo o que está ao seu alcance, conjuntamente com a comunidade internacional, para se conseguir a normalidade constitucional na Guiné-Bissau”.
A deputada do MpD lembra ainda que, neste momento, se está a aguardar pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que faz a vez do Tribunal Constitucional.
Importa referir que Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau, pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente guineense, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
A tensão política aumentou nesse país, depois de Sissoco Embaló ter demitido Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Nabian.
Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, com os militares a ocuparem várias instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas.
O Tribunal de Justiça analisa ainda um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
C/ Inforpress