Conforme a mesma fonte, quando o projecto for aprovado publicamente, Cabo Verde irá publicar uma biografia alargada do escravo Manuel e uma série de propostas devocionais.
Possivelmente, dizem, será criado um santuário na Cidade Velha, a exemplo do santuário de Nossa Senhora da Luz, na Baía e o de João Paulo II, em Quebra Canela.
As relíquias se as houver, serão partilhadas entre Argentina e Cabo Verde, garante D.Arlindo.
Questionado se a beatificação e canonização do Negro Manuel será um motivo para a visita do Papa Francisco a Cabo Verde, Dom Arlindo Furtado diz que está nas mãos da “providência” e que quer ele, quer o Presidente Jorge Carlos Fonseca já falaram com o Papa Francisco “sobre isso” e que portanto “está tudo em aberto” e que a próxima vez que estiver com o Papa vai reforçar a ideia de “que estamos aqui à espera dele”.
De Cabo Verde para a Argentina
A história que liga o “negro Manuel” à padroeira da Argentina passou-se em 1629. Manuel foi um escravo trazido da costa africana, batizado em Cabo Verde e, depois, vendido para a Argentina.
Manuel chegou ao Rio da Prata como parte de um lote de escravos africanos, provenientes do estado de Pernambuco, no Brasil, para ser comercializado em Buenos Aires. Ao ser batizado em Cabo Verde, recebeu o nome de cristão, Manuel e esse nome juntou-se o lugar de nascimento, como era costume na época: Manuel Costa dos Rios. Seu senhor era o capitão Bernabé Gonzáles Filiano Oramas que o vendeu e o converteu em propriedade exclusiva da Virgem de Luján, a cujo serviço continuou na Vila de Luján, ao longo de 56 anos, até quando morreu, em finais de 1686. Por este motivo, o Negro Manuel sempre se considerou “Ser da Virgem e de mais ninguém” e por isso ele a invocava constantemente como sua “Dona” e “Senhora”. Ele foi sempre uma manifestação viva de seu terno amor para com a Virgem Imaculada, sempre devorado de um santo zelo para procurar sua maior gloria, através do fiel ministério de servi-la na condição de humilde sacristão.
Em meados da década de 1990, na Argentina, foi formada uma comissão integrando religiosos, historiadores e outros especialistas para analisar a possibilidade de Manuel ser beatificado, dando início ao processo.
A Virgem de Luján é padroeira de três países: Argentina, Uruguai e Paraguai.
C/Vatican News
