A Comissão de Acompanhamento da Concessão de Transporte de Passageiros solicitou a apresentação de provas de que o navio Chiquinho BL não é seguro ou adequado para as águas do canal entre São Vicente e Santo Antão.
O coordenador da comissão, Malik Lopes, falava a imprensa na sexta-feira (28), na sequência das declarações do Presidente da Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha Mercante (ACAMM).
Malik Lopes afirmou que são falsas e prematuras as alegações levantadas por partidos da oposição e pela Associação de Armadores da Marinha Mercante. A Comissão que acompanha o cumprimento do contrato de concessão do transporte marítimo de passageiros e cargas diz-se agastada com as questões de segurança levantadas em torno do navio Chiquinho BL da CV Interilhas e que foram tema de um aceso debate no parlamento.
O coordenador da comissão, lembra que quem pode avaliar a segurança do navio são os inspectores do Instituto Marítimo e Portuário, mas tem a certeza de que o navio está preparado para os mares desta região.
“Confirmo de que o Navio está preparado para as águas de Cabo Verde e faço a seguinte pergunta. Como é que um país como a Coreia, especializada em fazer navios, para os mares agitados desta área iria fazer navios para os rios. Ou seja nenhum país como a Coreia para fazer um navio adequado a águas agitadas como é o caso da própria Coreia”, disse.
Por seu turno, António Barbosa, membro da comissão de acompanhamento disse que se está a criar uma narrativa negativa, sem fundamentação e que a solução passa por dar tempo ao tempo e só depois fazer um juízo de valor.
“Espera-se que a inspecção faça as suas inspecções, espera-se que o navio entre em operação, obtenha dados, resultados, julgue. Agora não pode partir de antemão de que isto é negativo porque há alguma motivação. Eu até me estranho de que informações dentro da instituição, quando eu oiço as declarações da ACAMM, eu oiço as declarações políticas do parlamento, parece que estão sintonizadas“.
Este responsável questiona sobre o cumprimento de alguns requisitos de segurança e não só de outras embarcações.
“Então e os outros navios que operam aqui, por exemplo os que transportam combustível, que devem ter casco duro para reduzir o risco de poluição. Será que todos os navios que operam aqui tem casco duro. Eu não vou citar nomes para não ferir empresas. O que estou a questionar é se é justo, se é correcto estar aqui a levantar suspeições onde não existe. Dêem tempo ao processo e cheguem as conclusões.
O Chiquinho BL da CV Interilhas chegou em São Vicente há um mês. A viagem inaugural, marcada para 18 de Fevereiro, foi adiada porque a empresa ainda não tinha concluído o processo de registo. Esta quarta-feira foi autorizada pelo IMP a realização da inspecção, que deverá acontecer nos próximos dias segundo o coordenador da comissão de acompanhamento da concessão.
A Comissão de Acompanhamento da Concessão de Serviço Público de Transporte Marítimo Inter-ilhas (CAC) foi criada em Setembro de 2019, pelo despacho conjunto nº 42/2019 do ministro da economia marítima e o ministro das finanças para desempenharem as actividades de acompanhamento especializadas já referidas.
JF
