O futebolista internacional maliano, Marega, foi alvo de insultos racistas, no último domingo (16), em partida referente a 21ª jornada do Campeonato português, entre o FC Porto e Vitória de Guimarães.
O cronómetro assinalava 23 minutos da segunda parte quando Marega decidiu abandonar a partida. Minutos antes o avançado Maliano tinha apontado o golo da vitória dos azuis-e-branco (2-1). Na sequência os adeptos vimaranenses intensificaram os insultos, tendo inclusive atirado cadeiras na direcção do jogador.
Diante desta sucessão de factos, Marega decidiu abandonar a partida, ainda que alguns colegas, entre eles o internacional cabo-verdiano Zé Luís, tenham tentado impedi-lo. Decidido, o maliano acabou por sair, entrando para o seu lugar Wilson Manafá.
O episódio suscitou algumas reacções de clubes e personalidades que condenaram o acto. Em Portugal, o acto foi condenado, através de comunicados por equipas como o próprio FC Porto, Sporting, Rio Ave entre outros. O Benfica por seu turno publicou nas suas redes sociais um video de uma campanha anti-racismo.
Da parte do governo português houve reacções também, tendo João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, vindo a público lamentar o incidente com Moussa Marega em Guimarães, durante o jogo entre o FC Porto e o Vitória.
«O que aconteceu esta noite no jogo entre Vitória Sport Clube e FC Porto é absolutamente intolerável é inaceitável. Os insultos dirigidos ao jogador Marega envergonham todos quantos pugnam por uma sociedade inclusiva. Os valores do desporto nada têm que ver com estas atitudes racistas, xenófobas e ignóbeis», começou por dizer João Paulo Rebelo.
O presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou os actos, que « violam a constituição portuguesa ». Apelou ao bom senso para que seja evitada uma escalada de contra-provocações.