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Economia

“Crimes cibernéticos têm aumentado exponencialmente a nível mundial e Cabo Verde não foge à regra” – PCA da ARME

O presidente do conselho de administração (PCA) da Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME) disse hoje que os crimes cibernéticos têm aumentado exponencialmente a nível mundial, salientando que Cabo Verde não foge a regra.
Isaías Barreto da Rosa, que falava à Inforpress, na cidade da Praia, a propósito do Dia Internacional da Internet Segura, que se celebra a 11 de Fevereiro, disse que não há dados estatísticos sobre os números de ataques cibernéticos no país, mas defendeu o reforço das estratégias de combate, com foco nas parcerias internacionais.
“Cabo Verde, à semelhança de todos os países, tem desafios relacionados com a cibersegurança e luta contra a cibercriminalidade. Em 2015, o mundo perdeu cerca de três trilhões de dólares devido ao problema de cibersegurança e cibercrime”, demonstrou, indicando que estimativas para 2021 apontam para uma perda de cerca de “seis trilhões de dólares”.
Segundo ele, os problemas relacionados com a cibersegurança são hoje as principais ameaças às empresas a nível mundial.
Neste sentido, defendeu que se deve tomar medidas necessárias como quadro legal cada vez mais forte e aposta na formação dos juízes, procuradores e agentes da polícia, para se promover um ambiente cibernético mais seguro no país.
“No quadro legal nós já temos a lei da cibersegurança, a lei da protecção de dados pessoais, Comissão Nacional de Protecção de Dados, acedemos à Convenção de Budapeste, que é fundamental nesta luta contra a cibercriminalidade, nós estamos a trabalhar em relação à Convenção de Malabo, temos ainda o protocolo nacional da CEDEAO relativamente à protecção de dados”, mostrou.
Ao seu ver, há no país um “quadro legal interessante”, mas sugeriu a continuação de vigilâncias para que se possa acompanhar a dinâmica global nesta matéria, a fim de se adequar o quadro legal existente.
Avançou ainda que, há um trabalho para que Cabo Verde tenha seu centro de cibersegurança, que vai fazer todo o trabalho de acompanhamento e monitoramento do quadro legal, na perspectiva de fazer recomendações e propor soluções.
Por outro lado, admitiu que é necessário sensibilizar a população sobre os princípios básicos da utilização da Internet.
“Há princípios básicos que nós devemos respeitar para se ter uma navegação segura. Em primeiro lugar, é fundamental termos os nossos dispositivos sempre actualizados para evitar as vulnerabilidades, é importante termos a palavra-passe forte e com a combinação de caracteres especiais e sermos muitos cautelosos na utilização das redes sociais”, afirmou.
De acordo com ele, cerca de 70 por cento (%) dos ataques cibernéticos no continente africano acontece através das redes sociais. Neste sentido, apelou às pessoas para não divulgarem as suas informações de forma exponencial nas redes sociais.
Isaías Barreto enfatizou ainda que os pais devem aconselhar as crianças para não falarem com estranhos nas redes sociais, tendo em conta que grande número das crianças foram vítimas de pedófilos e criminosos através das redes sociais.
“É fundamental estarmos atentos à ‘phishing’ na perspectiva de não respondermos a emails, por exemplo, que nos dizem para actualizarmos os nossos dados bancários clicando num determinado link”, frisou, acrescentando, que nenhum banco pede uma coisa dessas.
Segundo o Relatório de Indicadores Estatísticos do Mercado das Comunicações Electrónicas referentes ao primeiro semestre de 2019, os serviços de acesso à Internet, registaram-se 415.801 assinaturas, das quais 89% utilizaram efectivamente o serviço pela tecnologia Banda Larga Móvel (small screen), fixando a taxa de penetração do acesso ao serviço de internet em 76%, um aumento de 15% em relação ao trimestre homólogo do ano 2018.
O acesso ao serviço de Internet pela tecnologia DSL contou com 16.703 assinaturas neste período, apresentando assim um aumento de 11% em relação ao período homólogo do ano passado.
O Dia Internacional da Internet Segura, que se celebra a 11 de Fevereiro, tem como objectivo promover a utilização segura da internet por todas as pessoas, inclusive as crianças, que estão bastante expostas a riscos nesta rede mundial de comunicação.
Fonte: Inforpress

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