No seu discurso de abertura do XVI Congresso do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Janira Hopffer Almada disse que não se pode aceitar, “como um cheque em branco, o fim da regulação do Estado sobre a economia e a especulação financeira”
Para a líder dos “Tambarinas”, (nome por que é conhecida esta força política), que lançou duras críticas à forma como o país está a ser governado, Cabo Verde precisa de estratégias e reformas, visando maior clima de segurança e políticas no sector dos transportes, de forma a almejar o desenvolvimento sustentável.
A este propósito, ressaltou que o arquipélago precisa de reformas que o apetrecham com instituições públicas apropriadas à sua dimensão física, económica e social, e apontou o combate à insegurança como um dos maiores desafios do país, que, a seu ver, implica a mobilização da Nação.
A líder do maior partido da oposição exortou promoção a participação activa no estímulo à cidadania e no reforço à democracia, baseada na transparência, luta contra a corrupção, no combate ao enriquecimento ilícito, insegurança e criminalidade.
Com o anfiteatro da Assembleia Nacional abarrotado de militantes e simpatizantes “eufóricos” desta força política, a líder do PAICV criticou a política governativa nos sectores chaves como a agricultura, educação, sustentabilidade ambiental, saúde, politica externa, telecomunicações e turismo.
Reprovou as privatizações “sem transparências”, alegando ser a favor dela, desde que coloque os interesses de Cabo Verde e dos cabo-verdianos no centro das decisões, prometendo trabalho, entrega total e humildade para poder conduzir o “PAICV às vitórias”.
Janira Hopffer Almada aproveitou a ocasião para fazer o balanço dos seus quatro anos como líder, admitindo que “não foram fáceis, mas gratificantes”, assegurando que o “PAICV está em franca recuperação, pelo trabalho feito internamente”, tendo, entretanto, exortado à união em torno das causas e valores, estribada no respeito pelos estatutos e regulamento.
Disse que pelo seu passado histórico, o partido que lidera tem grandes responsabilidades e lançou uma mensagem para a união, e indagou se cada um dos seus militantes tem dado a este partido o que dele espera, pelo que prometeu um PAICV moderno, eficiente e presente, ao serviço de Cabo Verde, com militantes firmes e alinhados com as causas do “partido de Amílcar Cabral”.
Sob o lema “Cabo Verde: A Nossa Escolha”, o XVI Congresso do PAICV decorre de 31 de Janeiro a 02 de Fevereiro na capital cabo-verdiana, e conta com a participação de 364 delegados, do país e da diáspora e teve como momentos altos a apresentação e socialização da Moção de Estratégia de Orientação Política Nacional.
O PAICV espera, com este colóquio, mobilizar Cabo Verde em torno de um projecto que considera ser “credível, capaz de, futuramente, se consubstanciar numa governação para todos, com mais empregos dignos, segurança, saúde, com mais rendimentos para as famílias e igualdade social”.
Fonte: Inforpress
“A Criminalidade de colarinho branco está a tornar-se cada vez mais organizada e perigosa” – Janira Hopffer Almada
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