“Memórias da Luta Clandestina”, do já falecido Inácio Soares de Carvalho, é lançado esta quinta-feira, 30, na Biblioteca Nacional, na Praia. A apresentação está a cargo do coordenador da edição da obra, e filho desse combatente, Carlos Carvalho, e conta com depoimentos de pessoas que conheceram e conviveram com o autor.
De acordo com Carlos Carvalho, “Memórias da Luta Clandestina” traz, como o próprio nome indica, o testemunho, na primeira pessoa, do combatente de Liberdade da Pátria, Inácio Soares de Carvalho, falecido em Dezembro de 1994, que “consagrou toda sua vida ao desígnio de ver livre as suas duas pátrias, a Guiné e Cabo Verde”.
Enquanto historiador e com o intuito de “enriquecer a obra e melhor compreender a personalidade do homem e do político que foi Inácio Soares de Carvalho”, Carlos Carvalho e os irmãos decidiram partilhar com os cabo-verdianos “as memórias” escritas pelo pai, junto com alguns outros capítulos que introduziram no livro. A obra traz também em anexo depoimentos de várias outras personalidades do passado comum de Cabo Verde e Guiné.
A apresentação pública do livro está marcada para as 17H30 desta quinta-feira, 30, na Biblioteca Nacional, Praia, e conta com depoimentos de várias pessoas que conheceram e conviveram com o autor.
“Apresentaremos o videodepoimento de Julião de Sousa e estará presente o Kaka Barbosa que trabalhou com o autor por muito tempo, além de outras personalidades”, adianta Carlos Carvalho ao A NAÇÃO.
Sobre o autor
Inácio Soares de Carvalho nasceu na cidade da Praia e foi com os pais, ainda criança, para a Guiné, onde viveu quase toda sua vida. Pertenceu ao PAIGC e foi dos militantes de primeira hora da “gesta libertadora” dos povos da Guiné e Cabo Verde.
Inácio foi preso várias vezes, uma das quais em 1962, quando acabou transferido, juntamente com outros combatentes, para a a Prisão do Tarrafal, em Cabo Verde. A sua liberdade definitiva coincidiu com o Golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, em Portugal.
Nos finais de 1970, Inácio Soares de Carvalho regressou definitivamente à sua terra natal, Cabo Verde, e afastou-se praticamente da vida política activa. Após “incessantes insistências dos filhos”, resolveu escrever as suas “memórias”, tendo-as dado por concluídas em 1992.
Dois anos depois, morreu sem serem publicadas, pelo que os filhos decidiram publicar agora a obra em memória do pai.
Com isso, este é mais um livro que se junta a vários outros e que trazem para o conhecimento do grande público os momentos antigos da história recente da Guiné e Cabo Verde.
RM
(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº 648, de 30 de Janeiro de 2020)