PUB

Política

Semana da República: autor fala do lado “não linear” da Europa e diz que Cabo Verde deve tirar lições sem importar tudo

“O lado B da Europa” é o livro do autor português Bernardo Pires de Lima, que traz um retrato político e social, “não linear”, dos países da União Europeia no século XXI.

A obra foi tema de uma conversa aberta, ontem, 16, no Mindelo, enquadrada nas comemorações da Semana da República e o autor convidou Cabo verde e África, em geral, a tirar ilações sobre os “erros” cometidos pela União Europeia, nomeadamente
no que diz respeito à implementação da moeda única.

Para Bernardo Lima, as democracias podem sempre aprender umas com as outras, entretanto, não se deve tentar adaptar tudo porque são realidades diferentes. “Será bom acompanhar os erros das dinâmicas europeias, sejam comunitárias ou mais
nacionais e as democracias semelhantes à democracia cabo-verdiana. Vale a pena acompanhar, ver o que está mal, corrigir e identificar as potencialidades dos processos.”

O livro alerta para um conjunto de problemas de forma descentralizada –“e Cabo Verde é também um estado descentralizado” – que podem ser observados e aprender a encontrar os denominadores comuns para que a coesão se mantenha.

“A coesão europeia neste momento tem fragilidades, tem avanços e recuos e está num problema de encontrar um caminho conjunto para todas as matérias” diz Bernardo, que fala de matérias onde “uns estão e outros não querem estar” e diz que Cabo Verde
pode encontrar no livros muitos alertas, de inspiração e também de correção, no sentido de não repetir os mesmos erros e encontrar todos os denominadores comuns para que ninguém fique para trás, tanto em termos de desigualdades, distribuição de
riquezas e outros.

Bernardo traz o lado B de uma Europa e contrapõe, em certa medida um lado A, que, segundo explica, tem a ver com aquilo que nós aprendemos na escola sobre uma história um tanto linear da construção europeia.

“É a saída do pós-guerra, constrói à volta de um núcleo pequeno, que depois alastra, a democracia, a liberdade, desenvolvimento e outros. Só que tudo isto precisa ser compreendido nas várias dimensões nacionais, nos processos históricos.”

Trata-se, segundo diz, de um puzzle de sucesso, mas que vive algumas tensões. “O lado B, no fundo é dar mais cores aquilo que parecia ser uma coisa monocromática.”

Para escrever o livro, o autor viajou pelas 28 capitais europeias, ao longo de um ano. O resultado é um mapa dos desafios que o velho continente enfrenta no novo século.

NA

PUB

PUB

PUB

To Top