O chefe da Diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, incita à formação de um Governo de Transição na Venezuela. O representante de Washington pediu mais diálogo no País, que atravessa, há um ano, uma crise política inédita. Os Estados Unidos da América (EUA), que consideram a reeleição do Presidente Nicolás Maduro uma fraude, sugerem a realização de um novo pleito este ano.
“Uma rápida transição negociada para a Democracia é o caminho mais eficaz e sustentável para a paz e a prosperidade na Venezuela”, disse Pompeo, quinta-feira, 9, em Comunicado, completando que “as negociações poderiam oferecer uma saída de crise, sob forma de um Governo de Transição que organizaria Eleições Livres e Justas”.
As declarações mostram uma mudança do tom de Washington que, pela primeira vez, não mencionou uma saída de Maduro do Poder como condição para o início das negociações. No entanto, o Comunicado dos EUA não cita o actual Presidente como possível actor das discussões.
O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, criticou as declarações de Washington e acusou o Governo norte-americano de ingerência.
A situação política da Venezuela degradou-se, ainda mais, nos últimos dias, em razão da disputa pela direcção do Parlamento.
Juan Guaidó, opositor de Maduro e que se auto-proclamou Presidente interino do País, brigou pelo cargo com o deputado Luis Parra, um candidato apoiado pelo Governo. Guaidó assumiu o cargo após uma sessão marcada por muita confusão. Ele chegou a ser barrado na porta do prédio e teve que pular um muro para entrar, enquanto o rival se auto-proclamava vencedor.
O episódio suscitou críticas da União Europeia, que apoia Guaidó. O chefe da Diplomacia do Bloco Europeu, Josep Borrell, disse que está disposto a impôr sanções contra os autores de “actos de intimidação” visando parlamentares da Oposição.
Com: RFI