O Irão rebateu, na noite de quinta-feira, 9, as acusações feitas pelo Primeiro-Ministro (PM) canadense, Justin Trudeau. O governante disse que o Boeing 737 da Ukraine International Airlines, que caiu na véspera perto de Teerão, matando as 176 pessoas a bordo, “foi derrubado por um míssil terra-ar iraniano”. Teerão referiu-se à declaração de vários líderes ocidentais como uma “encenação suspeita” e convidou a Boeing a participar nas investigações sobre o acidente.
Trudeau disse ter informações de várias fontes de Inteligência, que sugerem que o Boeing 737 da Ukraine Airlines, que caiu na véspera, perto de Teerão, matando as 176 pessoas que estavam a bordo, foi “derrubado por um míssil terra-ar iraniano”.
“Temos informação de múltiplas fontes, incluídos nossos aliados e nossos serviços”, que “indica que o avião foi derrubado por um míssil terra-ar iraniano. Pode ser que não tenha sido intencional”, disse Trudeau, em colectiva de Imprensa.
O “premiê” canadense insistiu em que estes últimos acontecimentos “reforçam a necessidade de uma investigação exaustiva sobre este assunto”. “Como disse ontem, os canadenses têm perguntas e merecem respostas”, destacou.
No Reino Unido, o PM britânico, Boris Johnson, confirmou que o Boeing foi atingido por um míssil. O aparelho transportava 82 iranianos, 63 canadenses, 10 afegãos e 11 ucranianos, entre passageiros e tripulantes de sete nacionalidades.
O sítio do jornal “The New York Times” (“NYT”) exibe um vídeo publicado nas redes sociais, que mostra, hipoteticamente, o exacto momento em que o vôo PS752 foi atingido por um míssil iraniano. O “NYT” afirma que as imagens são legítimas.
Em Teerão, o director da Aviação Civil, Ali Abedzadeh, rejeitou esta hipótese. Ele declarou ser “cientificamente impossível que um míssil tenha atingido o avião ucraniano”.
A Agência iraniana divulgou um Relatório que afirma que o avião já estava em chamas antes de cair no solo, segundo relato de testemunhas e de um outro avião que sobrevoava a mesma área.
O Boeing 737, que tinha apenas três anos de uso e passou pela última revisão técnica na segunda-feira, 6, caiu seis minutos após a decolagem do Aeroporto “Imam Khomeini”, em Teerão.
O Presidente americano, Donald Trump, também disse ter “suspeitas” semelhantes. “Estava voando em uma área bastante difícil e alguém poderia ter-se enganado”, acrescentou.
A Ucrânia já pediu aos seus aliados ocidentais que forneçam “provas” que ajudem na investigação da queda do Boeing.
As caixas-pretas em poder dos iranianos foram parcialmente danificadas na queda. Os primeiros elementos das investigações foram transmitidos para Ucrânia, Estados Unidos, Suécia e Canadá.
Com: RFI