Abraão Vicente respondia assim, durante a primeira sessão ordinária de Janeiro da Assembleia Nacional, à deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição), Ana Paula Moeda, quem afirmou que, para além de “não mobilizar público”, o Festival Morabeza Festa do Livro tem “gastado dinheiro do contribuinte” e, inclusive, gerado uma “onda de indignação” dos participantes.
“O Festival Morabeza, após a sua terceira edição, não deve a ninguém, ao contrário daquilo que se pode ler no relatório da Inspecção-Geral das Finanças, do vosso tão propalado e amado evento AME”, afirmou Abraão Vicente.
O governante disse ainda que quem recorrer à Inspecção-Geral das Finanças verá que há uma dívida de 92 mil contos de ajustes directos contratualizado a várias empresas, para montar, conceptualizar e fazer acontecer o AME.
“Noventa e dois mil contos davam para organizar três edições do AME, sem recurso ao sector privado. E essa verba está por justificar. Está no relatório da Inspecção-Geral das Finanças, publicado no site das finanças e mandado a Procuradoria-Geral da República para investigação”, continuou.
Quanto a “onda de indignação”, Abraão Vicente alegou que “um passarinho continua a não fazer primavera”.
“Eu respeito todos os detractores deste governo e deste ministro. Nós temos as contas certas, o visto verde do Tribunal de Contas e, com certeza, não teremos contas a prestar a nenhum governo futuro sobre as nossas opções políticas”, acrescentou.
Abraão Vicente, ainda nas suas declarações, relembrou que cerca de 88 por cento (%) dos pagamentos efectuados pelo Banco da Cultura, outro projecto da governação anterior, foram destinados às despesas e financiamento de projectos sem dotação orçamental específica, conforme revela o relatório da auditoria financeira feita pelo Ministério das Finanças.
Contra-argumentando, a deputada Ana Paula Moeda disse que o ministro não respondeu as suas questões e estribou-se no AME que “já é passado”.
“Você acabou com o AME, portanto não venha aqui atirar as suas pedras sobre o charco por essas suas pedras também são vãs. Façamos pontes e não murros, principalmente na cultura que é uma área de concórdia”, enfatizou.
E respondendo, Abraão Vicente negou que o actual governo tenha acabado com o AME.
“Nós continuamos a financiar o AME sob um novo sistema transparente, 10 mil contos anual através do Fundo do Turismo”, finalizou.
Fonte: Inforpress