Durante mais de quatro horas, Guaidó e deputados da maioria opositora tentaram, sem sucesso, entrar no Palácio Legislativo, bloqueado por piquetes policiais e militares. Apenas os deputados do chavismo e os críticos do líder opositor conseguiram entrar no prédio.
Enquanto Guaidó estava do lado de fora, imagens de Parra prestando juramento com um megafone na Tribuna Presidencial foram exibidas pela TV estatal – VTV. No meio de gritos que tornaram o discurso inaudível, ele prometeu “sair desta desgraça”.
A conta da Assembleia Nacional no “Twitter” informou que a proclamação de Parra foi feita “sem votos ou quórum”, enquanto a assessoria de Imprensa de Guaidó classificou a acção como um “golpe de Estado parlamentar”.
Parra é acusado de ter feito “lobby” junto das autoridades de Colómbia e Estados Unidos da América (EUA), para livrar de responsabilidade o empresário colombiano Carlos Lizcano em casos de suposto custo extra na importação de alimentos para o Governo de Nicolás Maduro. Ele foi excluído do seu Partido após a denúncia, mas afirma continuar se opondo a Maduro.
A reeleição de Guaidó como presidente do Parlamento era vista como uma oportunidade para o opositor, que sofre de uma queda de popularidade, dar um novo impulso ao seu projecto político. Foi se apoiando no cargo de chefe do Parlamento que ele se auto-proclamou presidente interino, em Janeiro do ano passado, sendo reconhecido, em seguida, por perto de 50 países, entre eles, os EUA.
Antes da tumultuada Sessão Parlamentar, Guaidó afirmou que dispunha de votos necessário para ser reeleito. “Os que impedem a legítima instalação do Parlamento venezuelano tornam-se cúmplices da ditadura e dos que oprimem o povo venezuelano”, declarou, em seguida, nas redes sociais.
Com: RFI