A Bolívia vai eleger seu Presidente e o novo Parlamento no próximo dia 3 de Maio, mais de seis meses depois das polémicas Eleições que provocaram uma convulsão social que resultou na renúncia de Evo Morales e na posterior posse de Jeanine Áñez como Presidente interina.
“No domingo 3 de Maio, os cidadãos vão votar para eleger a Presidência e a Assembleia Legislativa”, confirmou em entrevista colectiva o Presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Salvador Romero.
O TSE precisou que um eventual segundo turno ocorrerá no prazo de até 45 dias, após a primeira votação.
“Espero que possamos concluir com isto o que todos os bolivianos desejam: Eleições transparentes e justas”, disse Áñez após o anúncio.
A Bolívia voltará às urnas após as Eleições de 20 de Outubro de 2019, vencidas pelo então Presidente, Evo Morales, que renunciou em meio a denúncias de fraude, confirmadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
As autoridades do TSE na ocasião acabaram detidas por envolvimento em fraude eleitoral, enquanto Morales fugiu do País e agora está asilado na Argentina.
No momento há vários pré-candidatos, e o líder nas pesquisas é o jovem líder “cocalero” Andrónico Rodríguez, considerado o herdeiro político de Morales, com 23 por cento (%) das intenções de voto, seguido pelo ex-Presidente Carlos Mesa, com 21%, segundo colocado na Eleição de Outubro.
No entanto, Rodríguez ainda aguarda a decisão final do Movimento aos Socialismo (MAS), diante da pretensão de outro candidato do Partido de Morales, o ex-chanceler David Choquehuanca.
Evo Morales informou que no próximo dia 19 anunciará, em Buenos Aires, qual sera a Chapa Presidencial do MAS.
Os líderes civis regionais Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari, fundamentais nos protestos que derrubaram Morales, aparecem com 13% e 10% das intenções de voto, respectivamente, mas acertaram uma aliança e devem lançar uma Chapa Comum.
O pastor evangélico, de origem coreana, Chi Hyung Chung, aparece nas pesquisas com 8%, à frente do empresário Samuel Doria Medina e do ex-Presidente de direita, Jorge Quiroga.
Um dos problemas pendentes é a ampliação do mandato da Presidente interina e dos actuais parlamentares até à posse dos futuros eleitos.
O mandato de cinco anos dos parlamentares acaba em 22 de Janeiro. A ideia é que os legisladores continuem no cargo até à formação do novo Parlamento.
Com: RFI