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Sociedade

Porto Novo: Associação de Pescadores cobra dívida à Câmara Municipal

A Associação de Pescadores do Porto Novo está a aguardar a recepção de 75 por cento (%) do montante acordado no âmbito de um protocolo assinado com a Câmara Municipal local. Segundo o presidente da colectividade, Atlermiro Neves, o compromisso arrasta-se desde Fevereiro. A edilidade garante que, nas próximas semanas, efectuará mais um pagamento.
A Associação de Pescadores do Porto Novo aguarda por 600 mil escudos, equivalentes a 75% do valor de um protocolo assinado com a Câmara Municipal do Porto Novo.
Este protocolo surgiu no âmbito das conclusões de um fórum realizado pela associação no passado mês de Fevereiro, que reuniu no município do Porto Novo diversas entidades, a nível local e nacional, ligadas ao sector pesqueiro.  
A manutenção de algumas embarcações de pesca, são, entre outros, alguns dos investimentos prioritários previsto nesse protocolo.
“No âmbito do fórum, assinámos um protocolo com a Câmara Municipal no valor de 800 mil escudos. Desse valor, a Câmara já nos deu 200 mil escudos para fazer a manutenção de quatro botes. 
Entretanto, acabámos por fazer a manutenção de cinco embarcações com um forte engajamento e participação dos associados e beneficiados. O resultado foi muito bom”, diz o presidente da Associação de Pescadores do Porto Novo, Atlermiro Neves.
Após a execução da vertente de manutenção das embarcações, a associação diz ter entregue um relatório à Câmara Municipal, mas o feedback tardou em aparecer. Recentemente, segundo Atlermiro Neves, a instituição que preside solicitou um encontro com o edil, Aníbal Fonseca, para abordar o assunto.
“Falámos com o presidente da Câmara Municipal. Ele deu-nos um feedback positivo, garantindo que irá avançar com a conclusão das actividades previstas no protocolo ainda antes do final do ano, conforme o estipulado, embora estejamos já perto das eleições. 
Havendo condições para a sua conclusão, será tudo às pressas, portanto esperemos que se concretize”, acrescenta.
Pagamento nas próximas semanas
A versão do presidente da Associação de Pescadores do Porto Novo foi, em parte, confirmada ao A NAÇÃO pelo autarca Aníbal Fonseca. 
“Chegámos a um acordo em que a Câmara Municipal daria um suporte enquadrado no protocolo que assinámos. Já pagámos algumas verbas, que neste momento não consigo confirmar, mas posso garantir que, há poucos dias, estivemos em conversa sobre a continuidade do protocolo”.
Aquele responsável garante que a edilidade está em condições de, ainda este ano, fazer mais um pagamento. Entretanto, assegura, que não há certezas de que a totalidade do montante seja pago nesse prazo estabelecido, mas também não descarta essa possibilidade.
Arrastadouro é miragem
A construção de um arrastadouro tem sido, desde sempre, uma das principais reivindicações dos pescadores em Porto Novo. 
Este assunto também consta das conclusões do fórum e, segundo Atlermiro Neves, a directora-geral dos recursos marinhos, Vera Gominho, garantiu que em Maio avançariam com a construção desse arrastadouro. 
Aquela responsável teria igualmente anunciado o arranque dos procedimentos de investigação e estudo dum porto de pesca em Porto Novo que servisse toda a ilha. 
Contudo, segundo Atlermiro Neves, estes dois temas sensíveis são incógnitas para a classe em Porto Novo.
“A nível dessas duas infra-estruturas nada foi feito. Se fizeram estudos nós não temos conhecimento. Se vão avançar, este ano, com a construção do arrastadouro, também não sabemos porque não está alocado no Orçamento de Estado nem no orçamento da CM. Se está para ser construido, não sabemos de que modo, nem em que parâmetros, pois a verba não está alocada.”, conclui Atlermiro Neves.
Pescadores do Porto Novo perdem máquina de gelo para São Nicolau
Os pecadores do município do Porto Novo perderam o investimento para a produção de gelo que estava previsto para o município. 
Tido há alguns anos como um projecto “de bandeira da Associação“, essa unidade de produção de gelo foi transferida para São Nicolau, por decisão do seu proprietário. 
Segundo Atlermiro Neves, ao proprietário foi negado um espaço para montar essa unidade de produção  sustentável, isto é, através de energias limpas. 
“Entretanto, o espaço acabaria por ser cedido a um outro empresário. Assim, o proprietário da unidade de produção de gelo decidiu levar o seu negócio para São Nicolau, já que os próprios armadores não ajudaram”, lamenta.
Segundo aquele responsável associativo, com a saída de cena da primeira unidade de produção de gelo, a empresa que agora presta esse serviço aos pescadores do Município, detém o monopólio, algo que,  conforme alertou, poderá vir a sair caro à classe que representa.
 
JF
(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº 640, de 5 de Dezembro de 2019)

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