As novas Cortes espanholas têm hoje a sua Reunião Constitutiva, numa altura em que o Primeiro-Ministro Socialista, Pedro Sánchez, continua a negociar com os independentistas catalães um acordo que lhe permita formar um Governo de esquerda.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e Unidas Podemos (estrema-esquerda) já têm um pré-Acordo de Governo, mas precisam que a ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) se abstenha na votação de investidura e permita a formação do novo Executivo.
As negociações arrastam-se há várias semanas, não sendo, ainda, possível confirmar que o novo Executivo possa tomar posse antes do fim do ano, como os socialistas gostariam.
A ERC afirma que não tem pressas e faz depender a sua abstenção a uma série de exigências, entre elas a criação de uma “Mesa de Conversações” entre os Governos de Espanha e da Região Autónoma (da catalunha9, em que se possa falar, também, da questão da auto-determinação da Catalunha.
O PSOE já fez saber que não permitirá qualquer compromisso que ponha em causa a Constituição ou a unidade do País.
A abstenção da ERC, com 13 assentos parlamentares, é considerada essencial para que a investidura seja bem-sucedida numa segunda votação parlamentar, em que apenas seja necessário o apoio da maioria simples dos deputados ao novo Executivo.
As Cortes Gerais são o Parlamento espanhol, formado pelo Congresso dos Deputados (Câmara Baixa) e pelo Senado (Câmara Alta).
PSOE e Unidas Podemos somam 155 deputados, num total de 350 no Congresso dos Deputados, e o novo Primeiro-Ministro, para ser investido à primeira volta, necessita do apoio de metade, 175, o que é considerado praticamente impossível de alcançar.
Os socialistas estão a apostar na votação numa segunda volta, quando apenas necessitarem da maioria simples dos parlamentares.
Na consulta eleitoral de 10 de Novembro último, o PSOE teve 28,0 por cento (%) dos votos (120 deputados); seguidos pelo PP (Partido Popular – direita), com 20,8% (89); o Vox (extrema-direita), com 15,1% (52); o Unidas Podemos com 12,8% (35); o Cidadãos (direita liberal) com 6,8% (10); ERC, com 3,6 (13); com os restantes votos divididos por outros partidos regionais.
Essas eleições foram uma repetição das anteriores, realizadas em 28 de Abril último, sem que o PSOE tenha conseguido formar Governo até Setembro, depois de Pedro Sánchez ter falhado, em Julho, uma primeira oportunidade para ser investido.
Com: sicnoticias.pt
Espanha: Novo Parlamento constituído sem formação de Governo
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