Assinala-se hoje o Dia Nacional da Morna, quando faltam cerca de 10 dias do anúncio da UNESCO em Bogota.
O dia está a ser assinalado um pouco por várias ilhas do país com inúmeras iniciativas.
Em entrevista à Inforpress, o presidente do Instituto do Património Cultural garante que após a inscrição da morna na lista indicativa de património mundial, o maior desafio será a materialização do plano de salvaguarda, pelo que apela desde já ao envolvimento de todos.
“O plano de salvaguarda tem o seu custo e é necessário alocar recursos para o efeito. É necessário mobilizar a sociedade civil em torno da implementação da convenção, particularmente do plano da salvaguarda. É preciso apostar na questão da formação, na investigação, na criação de centros de estudo ligados a temática, neste caso a morna”, vincou.
Segundo o mesmo, uma questão “importante”, é a internacionalização da morna, um papel que, lembrou, cabe de uma “forma especial” aos artistas.
O turismo cultural é outra questão importante neste plano e para isso será necessário se criar infraestruturas de promoção e divulgação como a casa da mora e o museu da morna, envolvendo hotéis, restaurantes e bares, que, a seu ver, acabam por ser promotores e beneficiários dessa inscrição da morna a património mundial.
Instando a fazer uma avaliação da quota da audiência das músicas cabo-verdianas, em especial a morna, nos meios de comunicação social no país, Jair Fernandes afirmou que nos últimos anos tem havido uma inversão das tendências, isto é, cada vez mais as músicas tradicionais estão ser passadas nas emissoras nacionais.
Entretanto, defendeu que é possível ter um espaço especial da morna e, quiçá, passar a representar pelo menos 60 a 70% do que são as músicas que passam diariamente nas rádios nacionais e nas televisões públicas e privadas.
“É preciso educar para a cultura e nada melhor que a comunicação social, tendo em conta o seu alcance, mas julgo que agora, com a inclusão da morna na lista do património da humanidade, creio que essa tendência vai fazer valer, ou seja, deparamos hoje em dia com mais pessoas que querem a morna e querem fazer morna, seja cantores, compositores, músicos, e há uma camada juvenil muito mais preparada para assumir e consumir a cultura cabo-verdiana, particularmente a música e a morna”, disse
O Dia Nacional da Morna foi instituído em 2018 e a escolha recai para o dia 03 de Dezembro, data em que nasceu Francisco Xavier da Cruz, mais conhecido por B. Léza, considerado um dos maiores compositores deste género musical.
C/ Inforpress
Dia Nacional da Morna: depois da elevação a Património Mundial, o desafio é a materialização do plano de salvaguarda
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