O ex-Presidente da República (PR) Bolívia, Evo Morales, que se exilou no México após ter renunciado, afirmou que poderia voltar para seu País se seus compatriotas pedirem. Ele também acusou a Organização dos Estados Americanos (OEA) de ter contribuído com sua saída do Poder, que ele qualifica de “golpe de Estado”.
Apesar de ter aceitado a oferta de exílio da parte do Governo mexicano, Morales não descarta a hipótese de voltar para seu País. “Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar para apaziguar, mas é importante o diálogo nacional”, disse o ex-PR, acrescentando: “Vamos voltar cedo ou tarde. Quanto antes, melhor para pacificar a Bolívia”.
Morales, que está no México desde terça-feira, 12, criticou a postura da Organização dos Estados Americanos, depois que denunciou sérias irregularidades nas Eleições de 20 de Outubro, que desencadearam a crise boliviana.
“Infelizmente, a OEA aderiu a esse Golpe de Estado. Eu recomendo aos novos políticos da América Latina: cuidado com a OEA. A OEA é neo-golpista para mim”, afirmou o líder da esquerda, em entrevista à Imprensa colombiana.
O ex-PR também questionou a proclamação da senadora de direita, Janine Añez, como Presidente interina na Bolívia, insistindo que a saída da crise deve ser constitucional.
“A única saída é respeitar a nossa Constituição, recuperar a Democracia; a única saída é respeitar o povo e, principalmente, os movimentos sociais”, acrescentou.
Nesse sentido, ele pediu às Forças de Segurança que não “disparem uma bala”. “Equipei as Forças Armadas não contra o povo, mas para que defendam a Pátria. Lamento muito que as Forças Armadas estejam, agora, do lado de um Golpe de Estado”, concluiu.
Com RFI