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Economia

Mindelo: FIC arranca hoje com 180 stands e 88 expositores

Mindelo recebe a partir desta quarta-feira,13, a XXII edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC). Gil Costa, presidente do certame, garante que está tudo a postos para aquele que será o último certame nas instalações da Laginha.
Em 2021, a FIC deverá acontecer já no parque industrial do Lazareto.
Com a casa “arrebentar pelas costuras” tiveram de ser feitos ajustamentos porque a feira registou um aumento de procura na ordem dos 10%, comparativamente ao ano passado.
“Há dois anos que já estamos a ultrapassar a capacidade da feira e isso também justifica a sua deslocalização. Neste momento, já não é possível crescer em termos de números de stands, sem mexer na qualidade. E para nós o mais importante é manter o nível de qualidade que já é característico da organização da feira”, avança Gil Costa. Também na Praia, há cerca de dois anos que já não é possível “atender a toda a procura”, clarifica.
Por altura desta reportagem já estavam 180 stands fechados, num total de 88 expositores, sendo 69% empresas de direito cabo-verdiano, 29% de empresas oriundas de Portugal e 2% do Brasil. Ao todo estão previstos expositores, visitantes profissionais e o público em geral, de mais de 10 nacionalidades.
A organização estima uma média de visitantes de três mil pessoas por dia, sem contar com os profissionais que circulam no espaço.
Este ano houve uma redução do número de expositores, mas não de stands. Mas há uma razão para tal. “Dada a dinâmica da feira, os expositores estão a pedir, em média, dois stands. Sendo o espaço exíguo isso obriga a que algumas empresas fiquem de fora, as que, às vezes, demoram mais tempo a fazer a sua inscrição na feira”, justifica.
Por Cabo Verde ser uma economia sobretudo de importação, a maior parte das empresas que vão marcar
presença são de comércio, mas, como tem sido hábito na FIC, há as que são transversais a todos os sectores e
que “fazem questão de estar presentes”, como a banca, seguros, serviços. A essas juntam-se o sector alimentar,
bebidas, materiais de construção e para o lar. E também empresas estão ligadas às energias renováveis.
De olhos no mercado africano
A FIC está estruturada em três pilares – feira/exposição, conferências e bolsas de contato. Embora, o mais visível
seja a mostra de produtos e serviços, também há inúmeras actividades paralelas, complementares que estarão
centradas sobre o lema da feira: “Cabo Verde uma economia de circulação no Atlântico Médio”.
No que concerne às novidades, este ano, a FIC vai testar um aplicativo de realidade aumentada para
permitir o acesso à informação de todas as pessoas que vão à feira.
“Expositores, profissionais e público em geral vão poder consultar, logo à entrada, informações sobre a feira,
nomeadamente sobre os stands e artigos em exposição, o que facilita a organização dos contatos por parte de
quem vem visitar a feira”.
As conferências irão gravitar em torno de assuntos recentes da economia e empresariado nacional, como a
retificação do acordo de acesso ao “maior mercado do mundo” – a África Continental, que, como lembra Gil Costa,
tem “1. 3 mil milhões de potenciais consumidores”.
Exportações, ecossistema financeiro, política fiscal, política de atracção de investimentos e também a nova
legislação sobre o Centro Internacional de Negócios são os temas que servem de mote às actividades paralelas.
Além de Portugal, Espanha, Brasil, Áustria, São Tomé e Príncipe e Senegal serão alguns dos países
presentes. “A Guiné-Bissau está aqui mesmo na costa, São Tomé e Príncipe um pouco mais abaixo.
Ou seja, para além dos naturais parceiros e amigos de Cabo Verde, nomeadamente Portugal e Espanha,
que são os principais mercados do comércio externo de Cabo Verde, (Portugal mais voltado para as
importações, Espanha para as exportações).
Países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), como Senegal, e outros
países com os quais mantemos fortes relações de cooperação estarão presentes com delegações, alguns de
forma institucional, outros com stands institucionais e empresariais”, clarifica, explicando que a aproximação à
África tem uma estratégia por detrás.
“Na nossa perspectiva, Cabo Verde não é atractivo para qualquer país, num contexto isolado, a não ser para
investimentos na lógica de produção para substituição das importações Mas, nós queremos realmente
representar mercados onde possa haver dinâmicas de crescimento interessantes para quem queira investir”.
E, para isso, acrescenta, “temos que poder promover Cabo Verde, primeiro no quadro da CEDEAO e, agora,
mais recentemente na zona de livre comércio da África continental, claro, sem se esquecer de outras
oportunidades como o AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidades para África, implementado pelos Estados
Unidos), o SGP+ (Sistema Generalizado de Preferências) para a Europa e também no quadro da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.
A FIC quer, a longo prazo, apostar na diplomacia económica e utilizar, “num futuro próximo”, a “rede de
embaixadas para reforçar a sua promoção”, garante.
Retorno
Como nos últimos anos não tem sido possível crescer em termos de stands, as preocupações têm estado
centradas no retorno do evento, quer ao nível dos contatos de negócio reais, quer no que diz respeito às
actividades pareleas, sobretudo em termos de qualidade.
“Queremos ter, efectivamente, o retorno, ou seja, empresários que venham participar e gostem da feira e que
reputem a feira com qualidade e pertinência, e que possam aconselhar outras empresas a virem à feira e eles
próprios marcarem presença em próximas edições”, afirma o presidente da FIC, garantindo que esse retorno já
existe.
“As empresas que têm uma presença mais estruturada na feira e que participam há alguns anos, (é claro que
não partilham muito, dados como o volume de negócios, contatos feitos, entre outros) costumam dizer que sim,
que vale a pena participar”.
Aquele responsável acrescenta que esse retorno é perceptível ainda pelo facto de haverem empresários
que gostariam que o certame passasse a ser semestral.
“O nosso mercado é muito pequeno, e não faz sentido, ser semestral. Até porque a FIC tem um marco de promoção anual e, logo que terminar a edição de 2019, já temos a data de 2020 e as pessoas já saem da feira
com a referência da data e a possibilidade de fazerem uma pré-inscrição”, argumenta.
Inclusive, a FIC 2020 que acontece na capital, cidade da Praia, já tem data. Acontece de 18 a 21 de Novembro e deverá contar com uma grande delegação chinesa, num stand de grandes dimensões ou pavilhão próprio.
Números da FIC’2019
– 88 expositores
– 180 stands
– 69% de empresas de direito cabo-verdiano
– 29% empresas que vêm de Portugal
– 2% de empresas do Brasil
– 10 nacionalidades diferentes
– 3.000 pessoas esperadas por dia
GC

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