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EUA: “Impeachment” de Trump com nova fase nesta quarta

Washington viverá, a partir desta quarta-feira, 13, um grande espectáculo político, quando começam as primeiras audiências públicas de testemunhas-chave na investigação para destituir (“impeachment”) o Presidente Donald Trump.

O republicano não se cansa de classificar como “farsa” o processo em curso e promete se vingar dos democratas, nas urnas, em 2020.

Depois de semanas de audiências sobre o caso ucraniano, realizadas a portas fechadas no Congresso, estas sessões permitirão aos americanos “ouvir as pessoas com um patriotismo profundamente arraigado contar a história de um Presidente que extorquiu um País vulnerável ao reter ajuda militar”, disse o congressista democrata, Jim Himes, no domingo, 10.

Encarregado dos negócios americanos em Kiev, Bill Taylor será o primeiro a se sentar diante do poderoso Comité de Inteligência da Câmara de Representantes.

Esta escolha não foi aleatória: seu relato, divulgado em Outubro, é um dos que confirmam as suspeitas da chantagem de Trump feita à Ucrânia.

As audiências públicas são um sinal de que os democratas se aproximam do final de sua investigação para aprovar um julgamento político contra o Presidente. O último no País foi há mais de 20 anos, contra o democrata Bill Clinton, pelo caso Monica Lewinsky.

O escândalo actual explodiu depois de vir à tona uma conversa por telephone, de 25 de Julho, na qual Trump pediu a seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, que “desse uma olhada” no ex-vice-Presidente Joe Biden, um dos pré-candidatos democratas favoritos para disputar a Casa Branca, em 2020.

Suspeita-se de que o Presidente republicano condicionou a entrega de uma ajuda militar de 400 milhões de dólares já prometida a Kiev à investigação, por parte da Ucrânia, dos negócios do filho do ex-vice, Hunter. Este último trabalhou num importante grupo de gás ucraniano, entre 2014 e 2019.

“Calúnias”, repete a Casa Branca, negando-se a cooperar com a investigação, enquanto Trump denuncia sem cessar uma “caça às bruxas”, ou mesmo uma tentativa de “golpe de Estado”.

A tática de defesa de Trump inclui tentar desacreditar o informante, um membro dos serviços de Inteligência, cuja identidade ainda é desconhecida.

Os membros republicanos do Comité de Inteligência solicitou, sem sucesso, o testemunho público de Hunter Biden e do informante.

O calendário ainda não foi estabelecido, oficialmente, mas há a possibilidade de uma votação sobre o “impeachment” antes do fim do ano.

Controlada pelos democratas, a Câmara de Representantes deve aprovar sua acusação. O processo para determinar se Trump será destituído passa, então, para o Senado, onde os republicanos têm maioria. Para o “impeachment” de Trump, são necessários os votos de dois terços da Casa, o que parece pouco provável até o momento.

Liderados pelo discreto Adam Schiff, os democratas seguem sua investigação.

Os opositores de Trump reuniram várias histórias que expõem uma Diplomacia paralela frente a Kiev, um movimento que tem à frente o advogado pessoal do Presidente, Rudy Giuliani. Práticas tão preocupantes que vários funcionários, incluindo o informante, alertaram seus superiores.

Taylor confirmou que -, segundo os relatos aos quais teve acesso -, o embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland, havia deixado claro para os ucranianos, em Setembro, os termos do pacto: “O dinheiro para a ajuda em Segurança não vai ser liberado, enquanto o Presidente Zelensky não se comprometer a iniciar uma investigação sobre a Burisma”, a empresa de gás que incorporou o filho de Joe Biden em sua junta directora.

A Comissão ainda ouvirá George Kent, funcionário do Departamento de Estado especializado na Ucrânia.

Na sexta-feira, será a vez de Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos Estados Unidos da América, em Kiev, substituída, repentinamente, depois de sofrer uma campanha de assédio e queda, dirigida por Giuliani.

Com veja.abril.com.br

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