PUB

Sociedade

Movimento "Wake up Queens" quer combater VBG e empoderar meninas e mulheres

O movimento “Wake up Queens” está a promover várias iniciativas ao longo desse mês de Novembro com foco no universo feminino. Trata-se de um projecto criado a 22 Julho de 2019, pela cabo-verdiana Mónica Sofia no Facebook.
O movimento tem como objectivo contribuir para “acordar’’ meninas e mulheres para uma vida livre de opressão, medos, baixa auto estima e, principalmente, livres de qualquer tipo de relacionamento abusivo em qualquer âmbito.
Promover a saúde da mulher e principalmente consciencializar as mulheres a não aceitar e a dizer não a qualquer tipo de violência. Actualmente o grupo “Wake up Queens” conta já com 7.937 membros, todas mulheres, na maior parte cabo-verdianas, de diferentes localidades do país, e diáspora, mas também espalhadas pelo mundo fora. Pois conta com seguidoras espanholas, brasileiras, senegalesas, guineenses e portuguesas.
Cada uma traz uma particularidade que acaba por ser pluralizado no grupo. Há mulheres com histórico de violência baseada no género (VBG), com histórias de superação ou de lutas diárias, mulheres procurando ajuda, ou mulheres simplesmente disponíveis para ajudar as outras. O grupo promove debates diários, frases de incentivo e empoderamento feminino, palestras, convívios, a partilha de artigos, exercícios físicos, secção de cinema e até fotos.
Esses são alguns dos conteúdos que podemos encontrar no grupo do Facebook “Wake Up Queens” e nos encontros fora da rede social. A criadora do “Wake Up Queens” Mónica Sofia é também coordenadora do grupo “Flor de Lótus”, que pertence ao movimento “Obim nha voz”, projecto da Associação Cabo-verdiana de Luta contra a VBG.
Mónica foi inclusive uma das representantes de Cabo Verde nas Nações Unidas em New York no Fórum Mundial da Juventude . Um dos principais motivos que levou esta activista à criaçao de um grupo que defende o empoderamento feminino foi o facto da mesma ter passado por uma relação abusiva.
“Eu fiz parte das estatísticas de mulheres que sofreram relacionamentos abusivos. Depois que me libertei, sempre tive vontade de ajudar outras mulheres e até meninas que passaram por isso. Quis que elas também se libertassem da VBG. É uma luta diária, estou sempre focada no Objectivo do Desenvolvimento Sustentável nº 5 que fala da igualdade do género”, revela.
O grupo, que já é um movimento e caminha agora para uma associação, aproveitou o mês de novembro, em que é comemorado “Dia Internacional pela eliminação da violência contra a mulher”, para promover várias actividades.
A próxima é já no dia 15, sexta-feira, com o “Queens Talks” sobre VBG e superação, que vai decorrer na Praia.
Já no fim de semana de 23 e 24 tem lugar um intercâmbio com mulheres do Tarrafal, naquele município, com actividades diversas. No dia 30 o movimento promove uma passeata na Praia para a eliminação da violência contra as meninas e mulheres.
Anícia Pereira
*Estagiária

PUB

PUB

PUB

To Top