A liderança da minoria árabe de Israel, em greve de fome de três dias, está acampada em frente ao escritório do Primeiro-Ministro (PM), em Jerusalém. O objectivo é chamar a atenção para o aumento da violência nas cidades árabes dentro de Israel.
Um em cada cinco israelita é árabe, o que contraria a noção de que, em Israel, só há judeus. Na verdade, 25 por cento (%)dos israelitas não são judeus, sendo que 20% são árabes.
Desde o começo deste ano, houve 80 assassinatos com armas de fogo nessas cidades e estima-se que, entre os quase dois milhões de árabes-israelitas haja meio milhão de armas de fogo ilegais.
Há uma semana, o PM Benjamin Netanyahu anunciou a formação de um Comité de Combate à Violência, mas a medida não parece ter sido suficiente.
A minoria árabe reclama da insegurança e impunidade. Alega que as Forças de Segurança em Israel não se esforçam para combater a criminalidade e confiscar as armas de fogo ilegais. Para eles, a base dessa inacção seria a discriminação.
Alguns acreditam que a Polícia age de maneira mais efectiva em cidades com maioria judaica e não usa de todos os métodos possíveis em cidades de maioria árabe.
Autoridades políticas e de segurança israelitas negam essa aparente discriminação. Eles apontam a própria liderança árabe como parte do problema, já que ela não estaria fazendo o suficiente para acabar, por exemplo, com a tradição da população de atirar para o alto em casamentos ou festas em gerais.
Outro motivo seria cultural: essas cidades são controladas por clãs, que optam pela violência nas disputas por território, ou pontos de tráfico de drogas ou armas.
Especialistas afirmam, no entanto, que há uma questão social mais profunda, como a desigualdade económica e a identificação de grande parte dessa população com os palestinianos, o que dificultaria sua inserção na economia nacional.
Com RFI