Pelo menos três funcionários do Departamento Financeiro da Casa Branca já fizeram saber que não comparecerão na Comissão de Inquérito com vista ao “impeachment” (na prática, a destituioção) contra o Presidente Donald Trump, e outras testemunhas cruciais poderão seguir-lhes o exemplo.
A recusa em colaborar destas testemunhas críticas para o processo, que deveriam comparecer esta semana perante a Comissão de Inquérito, liderada pelos Democratas, pode desencadear uma batalha legal entre a Casa Branca e a Câmara dos Representantes.
A investigação do “impeachment” pretende esclarecer se Trump procurou pressionar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para o ajudar a investigar Hunter Biden, o filho de Joe Biden, ex-vice-Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) e um dos favoritos à nomeação Democrata para as Presidenciais de 2020.
Fontes dos Democratas afirmam que foi Donald Trump, que deu ordens aos seus funcionários para que não colaborem com o Inquérito, e não descartam a hipótese de avançar com uma queixa formal contra o Presidente, por obstrução à Justiça.
Uma das testemunhas importantes, agendada para ser ouvida esta segunda-feira, 4, é John Eisenberg, o advogado e líder do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.
A comissão de Inquérito está especialmente interessada em questioná-lo sobre o telefonema de 25 de Julho último, no qual Donald Trump pediu ao Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy para investigar o seu rival político, Joe Biden, que foi vice-Presidente de Barack Obama.
De acordo com uma fonte da Reuters conhecedora do testemunho prestado na semana passada pelo coronel do Exército dos EUA, Alexander Vindman, John Eisenberg terá passado a transcrição daquele telefonema entre o Presidente Trump e o seu homólogo ucraniano para o arquivo classificado da Casa Branca.
De acordo com a mesma fonte, Eisenberg terá dito a Vindman, o qual presenciou o telefonema, que não discutisse a questão, depois de este e outros funcionários da Conselho de Segurança Nacional terem manifestado reservas acerca da conversa telefónica.
Alexander Vindman afirmou no seu testemunho que considerou impróprio o pedido a um Governo estrangeiro para que investigasse um cidadão dos Estados Unidos e, preocupado, mencionou a questão a Eisenberg, que lhe terá dito então que não mencionasse o assunto.
Trump fez o telefonema a 25 de Julho depois de ter retido uma verba de 391 milhões de dólares que havia sido aprovada pelo Congresso para ajudar a Ucrânia nos esforços militares contra os separatistas do Leste do País, que são apoiados pela Rússia
O Inquérito aprovado na Casa dos Representantes pretende, agora, apurar a questão e determeninar se houve matéria de facto para determinar a destituição do Presidente, de acordo com a Constituição.
Com dn.pt