O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que retirará as sanções económicas impostas à Turquia, devido à sua invasão militar no Norte da Síria, Região dominada pelos curdos.
A posição do Presidente foi expressa – segundo a “Veja” -, depois de a Rússia e a Turquia terem alcançado um Acordo de Cessar-Fogo permanente, que entrará em vigor se os militares curdos se retirarem dessa área em seis dias.
O Acordo cria uma “Zona de Segurança” de até 32 quilómetros dentro da Síria, entre as cidades de Tal Abyad e Ras Ayn, que estará sujeita a patrulhamento conjunto russo-turco. “Deixem que os outros lutem nessa areia molhada de sangue”, afirmou Trump ao referir-se ao acerto.
Desde o início da invasão turca, mais de 300 mil pessoas foram forçadas a sair de suas casas, enquanto os grupos armados curdos contabilizaram centenas de mortos em suas fileiras. A Turquia também é acusada de cometer crimes de guerra ao atacar, deliberadamente, comboios civis em Ras Ayn e de usar armas químicas contra a população da cidade.
Os Estados Unidos da América (EUA) tinham os curdos como aliados no combate ao Estado Islâmico (EI), durante a guerra civil da Síria. Esses grupos armados estavam contra a autoridade do Presidente sírio, Basahr El Assad, que tem o apoio da Rússia e Irão.
Com a retirada das tropas norte-americanas, os curdos recorreram a Assad para frear o avanço turco, enquanto os russos se aproveitaram do vácuo deixado pelos EUA na Região e se posicionaram como garantidores da paz.
Desde que a ofensiva turca começou a 6 de Outubro, Ancara se mostrou determinada a “limpar os terroristas” dentro de uma faixa de cem quilómetros, na Síria, a partir de sua fronteira. Trump ameaçou “destruir a Economia” da Turquia e enviou uma carta ao presidente turco, Recep Erdogan, na qual o aconselhou a “não ser tolo”. A mensagem foi “jogada no lixo”, segundo oficiais turcos que falaram ao sitio de notícias Al Arabiya.
No final da semana passada, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o conselheiro de Segurança Nacional, Robert O’Brien, viajaram à Turquia para negociar um Acordo de Cessar-Fogo com Erdogan. As negociações foram concluídas, e os americanos concordaram com a retirada dos soldados curdos da zona de combate.