Após o “Brexit”, os 27 Estados-Membros da União Europeia (UE) são confrontados, agora, com um novo quebra-cabeça: o alargamento da UE, com a possível entrada da Macedónia do Norte e da Albânia. O presidente (PR) francês Emmanuel Macron opôs-se, sexta-feira, 18, à entrada dos dois países, sob o fogo de seus colegas europeus.
“França, Holanda e Dinamarca têm reservas (à entrada dos dois países na UE) e esse é um motivo de decepção”, declarou a chanceler alemã Angela Merkel.
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, foi mais severo ao denunciar “um grave erro histórico”. “Para ter credibilidade, a União Europeia deve respeitar seus compromissos”, afirmou, criticando a posição de Macron.
“Fizemos promessas a esses países”, acrescentou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, enfatizando que “a esmagadora maioria dos Estados-Membros da UE era a favor de iniciar negociações com os dois candidatos”, iniciativa que exige uma unanimidade por parte do Bloco Europeu.
O Chefe de Estado francês justificou sua oposição pela necessidade de reformar o funcionamento da UE antes de se abrir para novos membros.
“Antes de qualquer alargamento, precisamos saber como reformar”, disse Macron em entrevista colectiva. “Todos os progressos exigidos (para os dois candidatos, como condição para entrar na UE) ainda não foram apresentados”, disse ele.
Para o PR francês, também é prioritário reformar o processo de alargamento do Bloco, que “não é mais adequado”, “burocrático demais” e “não dialoga mais com o povo”.
Os críticos do actual processo de alargamento também temem que os problemas de corrupção e independência do Judiciário, enfrentados pela Roménia e pela Bulgária, que aderiram em 2007, sejam repetidos no caso da Albânia e da Macedónia do Norte.
Os defensores desses países, no entanto, argumentam que a rejeição de novos membros poderia empurrá-los para os braços da Turquia, China e Rússia, países que já são muito activos nos Balcãs.
Com RFI