O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, instado pelos países ocidentais a suspender a sua ofensiva na Síria, excluiu, esta quarta-feira, 16, qualquer negociação com as Forças Curdas e exigiu que estas deponham as armas e se retirem da fronteira turca.
“Alguns dirigentes tentam realizar uma mediação. Nunca na História da República turca houve algo como sentar-se à mesma mesa com uma organização terrorista”, declarou Erdogan num discurso perante o Grupo Parlamentar do seu Partido no Poder.
“Não procuramos um mediador, não precisamos dele”, insistiu.
A Turquia começou, na semana passada, uma ofensiva no Nordeste da Síria contra a milícia curda das Unidades de Protecção Popular (YPG), aliada dos ocidentais no combate aos “jihadistas” do Grupo Estado Islâmico, mas considerada terrorista por Ancara.
O objectivo da operação é criar uma “zona de segurança” de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco.
“A nossa proposta é a seguinte: imediatamente, hoje à noite, que todos os terroristas deponham as suas armas e equipamentos, destruam todas as suas fortificações e se retirem da zona de segurança que estabelecemos”, declarou Erdogan.
As declarações acontecem quando Ancara está sob pressão dos Estados Unidos da América, que a exortam a acabar com a operação militar em solo sírio.
O vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, devem encontrar-se, nesta quinta-feira, 17, com os dirigentes turcos para os convencerem a negociar um cessar-fogo.
Com Lusa