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Opinião

Dos fenícios aos shopping centers

Por: Faustino Vicente*

No mundo empresarial, a palavra empreendedorismo tornou-se griffe mundial, nas últimas décadas. Para melhor entendimento fizemos uma pesquisa na Internet e encontramos o seguinte: “A palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 1950, como sendo uma pessoa com criatividade e fazer sucesso com inovações.

Mais tarde, em 1967 com K.Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E  em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização.” A palavra empreendedor é de origem francesa: entrepreneur.

A leitura do texto acima nos leva à conclusão que os fenícios preencheram todos esses pré-requisitos, tornando-se referência como empreendedores na caminhada histórica da humanidade.

Colocaram em prática, há mais de três mil anos, esse moderníssimo conceito de gestão. Os fenícios viveram há 3.000 a.C., no território que hoje corresponde ao Líbano, mas tiveram o seu apogeu entre 1200 a.C até 800 a.C. A pujante cidade fenícia de Tiro é citada várias vezes na Bíblia, sendo a primeira delas em Josué (19.29).

Eles são referências na produção de artesanatos especiais, tais como: jóias de luxo,estatuetas,caixas de marfim,entre outros.A montanhosa, e pequena extensão territorial de terras pouco férteis, levou os fenícios a se aventurarem pelo mar Mediterrâneo,explorando a pesca e o comércio marítimo.

A consciência empresarial deles era tanta, que já sabiam que o segredo é a alma do negócio. Guardavam a sete chaves as informações técnicas da construção naval e a forma como estabeleciam as rotas de comércio – atividade principal desse povo. Na “arte de entender o cliente” e vencer o maior obstáculo nas negociações com  outros povos – o idioma -, deram vazão à imaginação e criaram o primeiro alfabeto fonético registrado pela história.

Das 22 letras iniciais derivaram os caracteres gregos e latinos que, por extensão, deram origem ao atual alfabeto que até hoje utilizamos.

Guardada as devidas proporções, podemos afirmar que os fenícios inventaram “a era digital” daqueles longínquos tempos facilitando a comunicação entre povos de diferentes culturas. Foram precursores na globalização, no comércio exterior, cultivo da oliveira e estabeleceram um intenso intercâmbio de informações e experiências econômicas, sociais, religiosas e culturais.

Esta é mais uma evidência de que “não existe caminho novo, o que há é uma nova forma de caminhar.” As descobertas científicas e as inovações tecnológicas, responsáveis pela revolução mercadológica,nos levaram aos shopping centers, hoje, – ilha da fantasia da sociedade de consumo. Caracterizados por imponentes edificações e  pela  enorme diversidade de ofertas de produtos e serviços, eles conseguem encantar da criançada às pessoas de idade avançada.

O estilo de vida atual, gerado pela conquista da mulher contemporânea, fez dela a mais cobiçada cliente do mundo dos negócios. É ela quem escolhe a marca da  maioria dos produtos e serviços disponíveis no  mercado.

O “produto” que mais seduz  as mulheres nos shopping centers, grande parte delas com dupla jornada  de trabalho, atende pelo nome de:  praticidade.

Outros fatores, como qualidade no atendimento, segurança, estacionamento, berçário, limpeza e higiene, climatização, entretenimento e praça de alimentação, agregam valores diferenciados à esses gigantescos centros comerciais.

Ponto de encontro da juventude nos fins semana, oportunidade para compras com tranquilidade  em determinados dias e horários e,até,local adequado para fechamento de negócios durante as refeições.

Concluímos que além da economia, a sociologia e a psicologia podem explicar esse fenômeno global chamado: shopping center.

 

*Brasileiro, Advogado, Professor e Consultor em Gestão da Qualidade – e-mail: faustino.vicente@uol.com.br
Jundiaí (Terra da Uva) – São Paulo – Brasil

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